Na crista da onda por conta do sucesso do personagem Benê em Viver a Vida, Marcelo Mello impressiona pela simplicidade. Morador do Morro do Vidigal, na zona sul do Rio de Janeiro, o jovem ator, de 21 anos, sai todos os dias da comunidade e enfrenta um ônibus lotado para chegar ao Projac, os estúdios da Globo em Jacarepaguá, zona oeste.

Durante o percurso, nada de mau humor. Ele não passa batido por suas admiradoras e faz questão de cumprimentar cada uma de suas fãs.

- Cumprimento as passageiras e elas perguntam da Sandrinha (Aparecida Petrowky). Não tenho receio de ser agredido, mas confesso que todo esse assédio me assustou no começo.

Assim como o ator Thiago Martins, Marcelo começou a carreira cedo, aos 7 anos, na escola de teatro Nós do Morro. O convite para integrar a novela de Manoel Carlos veio após a participação no filme Última Parada 174, de Bruno Barreto.

- Foi um divisor de águas na minha carreira. O fato de o filme ser o indicado brasileiro na corrida pelo Oscar fez com que Manoel Carlos pensasse em mim para este papel. É a primeira vez que tenho a oportunidade de fazer um personagem do começo ao fim, depois de várias participações na TV.

Apesar das bandidagens praticadas por Benê na história, Marcelo acredita na recuperação do personagem.

- Não dá para julgá-lo. Foram vários fatores que o levaram para este caminho, como a falta de afeto ao seu redor. Nesse momento, ele está dividido entre a vida no crime e o amor pelo filho. Essa criança pode salvá-lo, assim como o amor dele pela Sandrinha.

Nos próximos capítulos de Viver a Vida, os bandidos da favela invadem o barraco do Benê, atrás de um dinheiro que ele deve. Sandrinha, que está sozinha com o filho, pega a arma do marido e enfrenta os bandidos à bala, a fim de proteger a criança. Benê aparece e vai atrás deles, mas acaba fer