Ao ser escalada para protagonizar A história de Ester, minissérie da Record que estreia quarta-feira, Gabriela Durlo teve um preocupação imediata: o enfoque religioso da história. Passada a surpresa inicial – nem precisou fazer teste para o papel –, a atriz paulista, de 26 anos, comemorou a chance de viver sua primeira protagonista na emissora, onde já participou das novelas Amor e intrigas e Vidas opostas e da série A lei e o crime.

– Estou vivendo uma coisa inédita – exulta a atriz, que é católica anglicana. – Quando soube que era uma história bíblica, tive medo, porque não cabe a mim influenciar alguém a seguir esta ou aquela religião. Mas não falamos de religião, e isso me surpreendeu. Apesar de ser uma passagem bíblica, é uma história de amor.

Baseada no Livro de Ester, do Antigo Testamento, com adaptação de Vivian de Oliveira, a trama se passa por volta de 400 a.C., na antiga Pérsia, onde hoje é o Irã. Ester é uma jovem órfã judia que conquista o rei Assuero (Marcos Pitombo), torna-se rainha da Pérsia e influencia decisivamente o futuro do seu povo.

Um mês de preparação

Gabriela acredita que o papel vai ser um divisor de águas em sua carreira. Ela sabe que pode haver cobranças, assume a responsabilidade e garante não sentir qualquer pressão por parte da emissora:

– Se eles estão assim, eu não sei. Desde que eu aceitei o convite até agora, foi tudo tranquilo e natural. Espero não decepcioná-los. Fazer a protagonista é a realização de um sonho.

Para a atriz, a maior dificuldade foi interpretar uma personagem que tinha 15 anos, embora na minissérie ela aparente ter 18.

– Tive que resgatar a criança que existe dentro de mim, a inocência, o olhar mais curioso. Fiz vários exercícios e assistia a filmes com crianças para buscar esta inocência da personagem. Mesmo sendo uma rainha, ela não mudou o comportamento – diz.

Antes de começarem as gravações, entre novembro de 2009 e janeiro deste ano, Gabriela passou por um mês de preparação. Fez workshops sobre história da época e aulas de equitação. Na minissérie, usou megahair, que deixou seus cabelos quatro vezes maiores do que o normal.

Ela revela que o mais difícil foi gravar cenas externas no Rio com calor de 40 graus.

– Sofri por causa das roupas. Usava três ou quatro camisolas por baixo de um vestido. Foi uma luta nas gravações. O megahair também me incomodava, era muito quente.

Na trama, a jovem Hadassa muda seu nome para Ester e omite sua origem judaica para se casar com o rei Assuero, de Susã, região da Pérsia. Quando um dos ministros do rei incentiva o extermínio dos judeus do reino, ela arrisca a própria vida revelando a verdade ao marido e pedindo para que ele não mate seu povo.

– Ester é de uma grandiosidade difícil de descrever – diz a atriz, que destaca a coragem e a crença religiosa da jovem rainha. – Ela me fez resgatar valores como a fé e a família, que é a base de tudo.

Ao custo de R$ 500 mil por capítulo, a minissérie da Record terá 10 episódios e será exibida duas vezes na semana (quartas e quintas), sempre às 23h.