Ovinocaprinocultura receberá recursos do BNDES para estruturação

01/03/2010 06:46 - Interior
Por Redação
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A cadeia da ovinocaprinocultura alagoana receberá investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para estruturação. Os investimentos não-reembolsáveis são da ordem de R$ 3,2 milhões e serão aplicados na construção de 15 centros de recepção de animais e um curtume.

Para constatar como a atividade está organizada no Estado, essa semana, técnicos do BNDES e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) visitaram três municípios: Batalha, São José da Tapera e Delmiro Gouveia.

Eles foram conferir o trabalho da Associação Sertaneja, em Batalha, onde artesãos fazem calçados e acessórios com couro de ovinos e caprinos. Em São José da Tapera, reuniram-se com membros da Cooperativa dos Produtores Rurais (Coota), que trabalha com foco na produção de carne, e discutiram a construção de uma unidade de beneficiamento de couro no município — um curtume.

Em Delmiro Gouveia, o encontro foi com integrantes da Cooperativa de Agricultores Familiares de Delmiro Gouveia (Coofadel), onde discutiram o funcionamento de um frigorífico já instalado no município, que vai receber a produção de carne de toda a região do Alto Sertão.

Riqueza deve ficar no Estado — De acordo com Dalmo Fugita, do Departamento de Economia Solidária do BNDES, o banco financia projetos que estejam dentro de uma cadeia e exige a união de todos os parceiros para que o projeto fique de pé. “É preciso que a riqueza produzida fique dentro do Estado e haja uma melhoria de vida e de trabalho efetiva para os pequenos agricultores”, salientou.

Na visita, ele estava acompanhado por Shana Nogueira Lima (BNDES), Marcos Matias Cavalcante (BNDES), Henrique Salles Pinto (MDS), o superintende de Desenvolvimento Agropecuário Edson Maruta, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), o zootecnista Sílvio Azevedo, gestor do Programa Alagoas Mais Ovinos, e o gestor do Arranjo Produtivo Local (APL) Ovinocaprinocultura no Sertão, Reginaldo Guedes.

Couro vira calçado — Há muito tempo, a habilidade de artesãos do município de Batalha transforma couro de ovinos e caprinos em calçados e acessórios. Mas somente em 2007 é que eles fundaram uma associação, chamada de Associação Sertaneja. Segundo a presidente da entidade, Leane Bezerra Silva, ao todo são 16 associados. Os homens produzem as peças, entre elas sandálias, colares, bolsas e chaveiros, e as mulheres fazem a venda em feiras e eventos por todo o Estado.


A Associação Sertaneja foi uma das beneficiadas do convênio do governo do Estado com o MDS, firmado em dezembro de 2008, que beneficiou também a Associação das Artesãs de Maravilha (Natucapri) e a Cooperativa de Agricultores Familiares do Sertão (Cafisa).
Leite de cabra está na merenda — Em São José da Tapera, os cooperados da Cafisa, que produzem leite ao invés de carne, têm compra garantida pela prefeitura local. Segundo o prefeito Jarbas Ricardo, além do leite de cabra, a merenda escolar também possui mel, peixe e hortaliças adquiridas dos agricultores familiares. De acordo com ele, 2% dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) são investidos em ações da Secretaria Municipal de Agricultura.

Para completar o ciclo da ovinocaprinocultura, um curtume será construído em São José da Tapera por meio desse convênio com o BNDES. “Além de comprar o couro dos animais abatidos, a unidade vai oferecer matéria-prima de qualidade para os artesãos”, destacou o superintendente Edson Maruta, que salientou também os aspectos de respeito ao meio ambiente e sustentabilidade da unidade a ser construída.

Frigorífico vai receber produção — Construído com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e com o apoio do governo do Estado, da Prefeitura local e da Fundação Banco do Brasil, o frigorífico instalado em Delmiro Gouveia deverá entrar em funcionamento até o mês de abril. O valor total investido foi de R$ 480 mil.

Segundo o presidente da Coofadel, Pedro Soares Neto, a unidade tem capacidade para processar até 40 animais por turno. “De lá vai sair carne embalada e pronta para o consumo ou venda em supermercados”, afirmou Pedro Soares. A Coofadel é quem será a administradora do frigorífico, que possui o Selo de Inspeção Estadual (SIE).

Outro frigorífico para o beneficiamento de carne de ovinos e caprinos foi instalado em Santana do Ipanema e possui o Selo de Inspeção Federal (SIF), mas ainda não entrou em funcionamento.

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