Estudantes de pós-graduação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que têm bolsas da Fundação de Amparo a Pesquisa (Fapeal) informaram que estão há três meses sem receber, sob alegação de que o orçamento não foi aprovado, causando o atraso no pagamento. A maioria dos bolsistas que fazem mestrado e doutorado veio de outros Estados como Bahia e Piauí e por ter contrato de dedicação exclusiva, depende inteiramente do dinheiro das bolsas de pesquisa.
O estudante Frederico Salgueiro Passos, que é de Maceió e faz mestrado em física disse que a maioria dos bolsistas não tem como pagar o aluguel e nem ir para a Ufal, devido a falta de dinheiro para pagar a passagem de ônibus. Ele contou que ao entrar em contato com a Fapeal, foi informado de que era necessária uma reunião para definir quando o pagamentos será realizado.
“Recebo a bolsa por outra entidade, mas vejo a dificuldade dos meus colegas. Muitos estão para ser despejados das casas onde moram, por não terem como pagar o aluguel. Tentamos um contato com a reitora, mas não conseguimos. Procuramos até o secretário de finanças do estado, mas não tivemos uma definição. Esse mesmo problema aconteceu há dois anos e agora a Fapeal está sendo negligente", contou Passos..
Já Felipe Dória, que também faz mestrado em física e é da Bahia, depende do dinheiro da bolsa de pesquisa para pagar as despesas. Ele lamentou a situação que todos os bolsistas estão enfrentado, devido a falta de pagamento e disse que alguns orientadores ofereceram ajuda financeira para minimizar o problema.
"Não podemos trabalhar porque é necessária dedicação exclusiva para o mestrado. A conta de luz e o aluguel estão atrasados. O recebimento da bolsa é um direito que conquistamos e precisamos do dinheiro para nos mantermos e até para freqüentar as aulas na universidade”, destacou Dória.
A secretaria de Estado de Ciência, da Tecnologia e da Inovação, Kátia Born explicou que o atraso no pagamento das bolsas ocorreu pela falta de aprovação do orçamento e ressaltou que os estudantes devem receber o retroativo.
“Em 3 anos de gestão isso nunca aconteceu. O que houve foi um problema com o Sistema Integrado de Administração Financeira dos Estados e Municípios (Siafem) e não de falta de recursos. Até quarta-feira eles vão receber dezembro e no dia 10 o restante do dinheiro atrasado”, garantiu a secretária.