A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou a Microsoft de obstruir os esforços do Google, que recentemente ameaçou abandonar as operações na China, depois que o mais popular site de buscas do mundo finalmente reagiu contra a censura à internet no país.
As declarações do diretor executivo da Microsoft, Steve Ballmer, e do fundador e detentor da maior parte das ações da companhia, Bill Gates, "parecem contradizer a postura oficial da empresa de oposição à censura e minimizam e inclusive apóiam a censura da internet na China", afirmou a Human Rights Watch no comunicado.
"A Microsoft está equivocada com isso", disse Arvind Ganesan, diretor de negócios e direitos humanos da Human Rights Watch. "Justo quando o governo dos Estados Unidos e companhias como o Google estão tentando frear a censura, Balmer e Gates parecem que vêm na direção contrária".
Ele pediu aos dois executivos da Microsoft que "esclareçam sua postura", do contrário o governo chinês ficará muito satisfeito com a maneira como divide seus oponentes sobre a censura.
O Google ameaçou no último dia 12 deixar a China depois de sofrer um ataque de hackers - supostamente chineses - e ainda exigiu o fim da censura nas buscas. Também foram violados e-mails de ativistas chineses de direitos humanos. Ao começar a operar na China, em 2006, o Google aceitou a imposição do governo ditatorial de bloquear as buscas a expressões e fatos como o Massacre de Tianamen e a luta do Tibet pela independência.
No domingo passado, no entanto, Gates, em entrevista ao jornal The New York Times ironizou a ameaça e relativizou a censura chinesa, afirmando que praticamente todos os países do mundo impõem algum tipo de restrição à internet.









