O setor de telecomunicações inicia o ano de 2010 com um novo competidor estrangeiro e no auge de seu processo de consolidação. Em um embate com a espanhola Telefônica, o grupo de mídia francês Vivendi levou a GVT - empresa de telefonia presente em 15 estados e Distrito Federal - e entrou no mercado brasileiro já de olho em novas aquisições, como mostra reportagem do GLOBO de Bruno Rosa. A Telecom Italia acabou de concluir a aquisição da Intelig, operadora de longa distância, para fortalecer a sua infraestrutura nas principais regiões do país. Mas vem mais por aí.
O Projeto de Lei 29, que permitirá às teles comercializar TV por assinatura, abre novas oportunidades para as operadoras de telefonia, que buscarão empresas de TV no interior do país para aumentar sua oferta de serviços. Sky, que oferece canais via satélite, tende a ser alvo de empresas do setor de telefonia, diz uma fonte do setor.
Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart de olho no setor
A concorrência ganhará ainda mais fôlego com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que já colocou na pauta assuntos como a criação das operadoras virtuais, que oferecem o serviço de telefonia alugando a rede de outras operadoras. O Grupo Pão de Açúcar, o Carrefour e o Walmart já mostraram interesse, dizem executivos nas empresas. Além disso, haverá o esperado leilão de frequência que permitirá uma quinta empresa de telefonia móvel, com atuação em todo o país. Companhias como Nextel e Vivendi estão de olho, porque as empresas que já têm licenças não poderão participar.
- O apetite pelo Brasil é grande. É um mercado que ainda tem um potencial de crescimento enorme - diz Valder Nogueira, analista do Itaú Unibanco.
Com menos empresas disponíveis no país, a briga tende a ser cada vez mais intensa, a exemplo da disputa em torno da GVT, que viu seu preço subir cerca de 33% em menos de três meses. Acredita-se que a estratégia agora passa a ser a de complementação, com a aquisição de empresas menores - como a Sercomtel no Sul, e a mineira Algar Telecom. Além disso, especula-se que a TIM seja alvo de ofertas hostis este ano, como da própria Oi, que tem interesse na companhia. E a Telefônica, que ainda não se conformou com a perda da GVT, deve tentar adquirir o controle da Vivo, que já é dona de 50% das ações, mas para isso terá de negociar com a Portugal Telecom, que detém o restante dos papéis da maior operadora móvel do Brasil.









