A economia subterrânea cresceu somente 1% acima do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro de dezembro de 2008 a junho de 2009, aponta pesquisa divulgada nesta terça-feira (1º) pelo Ibre - FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) e pelo Instituto Etco.

Em um ano, porém, de junho de 2008 a junho de 2009, a economia subterrânea cresceu 22,6% a mais que o PIB. A economia subterrânea é a produção de bens e serviços propositalmente não reportada ao governo, para com isso deixar de pagar impostos e custos trabalhistas e de cumprir normas. Atividades ilegais, como contrabando e venda de drogas, entram na conta.

"A economia subterrânea é muito flexível", diz Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista responsável pela pesquisa. "No ano passado, a economia formal vinha crescendo muito e a subterrânea também. Aí houve a crise mundial que travou o crédito, mas a economia subterrânea não depende dele", explica o professor.

Assim, a economia subterrânea continuou crescendo enquanto a economia formal desacelerava ou encolhia, o que explica o salto de 22,6% em um ano.

Nos últimos seis meses, porém, o quadro mudou: o nível de atividade da economia formal caiu, assim como a carga tributária, fatores que reduziram o estímulo de crescimento das atividades subterrâneas, diz Barbosa Filho.

De acordo com o economista, a economia subterrânea vai voltar a crescer, mas não nos níveis vistos antes e durante a crise.