Em 2009, os cartões de pagamento (crédito e débito) entraram para a pauta da Câmara. Desde o começo do ano, audiências vêm sendo realizadas e, na próxima quarta-feira (2), a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio vai promover audiência pública com as diretorias dos principais bancos privados para discutir o tema.

O deputado Dr. Ubiali (PSB-SP), que propôs a reunião, defende a utilização de um só aparelho para imprimir a fatura, o que representaria economia para as lojas credenciadas na compra dos aparelhos, a fixação de uma taxa menor para os usuários dos cartões e um desconto menor no adiantamento de pagamentos.

"Mas não podemos trocar o dinheiro por cartões com os preços que estão sendo praticados", avalia o parlamentar. Ele quer pressionar as operadoras para saber o que tem sido feito para reverter o que classifica como monopólio sobre o setor.

Lucros altos
O deputado cita os lucros das empresas, em torno de 60% sobre a operação, o que, segundo ele, coloca a fatia de cartões como o negócio mais rentável do setor. "Queremos saber por que a margem de lucro é tão alta e semelhante entre as duas operadoras", disse.

Atualmente, as duas principais bandeiras do mercado brasileiro, Visa e Mastercard - que respondem por 89% das transações de crédito - têm contratos de exclusividade com as credenciadoras das lojas, Visanet e Redecard, respectivamente. Isso obriga os lojistas a terem contratos com as duas.

Tanto as empresas como as bandeiras são controladas por conglomerados financeiros como Itaú, Unibanco, Bradesco, ABN-Amro, Citibank e Banco do Brasil.