Líder do DEM diz estranhar denúncia contra Arruda às vésperas de ano eleitoral

28/11/2009 06:54 - Política
Por Redação

A denúncia de que o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), estaria envolvido em um suposto esquema de pagamento de propina para integrantes da base aliada na Câmara Legislativa foi recebida com cautela por correligionários. O comando do DEM não descarta motivação política porque o governador deve tentar a reeleição no ano que vem.

O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), afirmou nesta sexta-feira que o processo ainda é nebuloso e precisa de mais esclarecimentos. Agripino disse que tentou ao longo do dia manter contato com Arruda, mas não teve sucesso.

"É estranho que esse fato apareça agora no fim de ano, às vésperas do processo eleitoral. É um processo nebuloso que ainda precisa de esclarecimentos. Não ficou claro se envolve o governador. O DEM mantém a confiança no nosso governador para esclarecer tudo, tanto do ponto de vista da acusação, como da defesa", disse.

Investigação

A pedido do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a Polícia Federal deflagrou hoje a operação Caixa de Pandora que investiga suposta fraude em licitações. O despacho do ministro do STJ, Fernando Gonçalves, que provocou a ação afirma que o secretário de Relações Institucionais do GDF, Durval Barbosa, gravou Arruda mandando oferecer R$ 400 mil para a base aliada.

Num dos trechos da gravação, Arruda manda oferecer mais R$ 200 mil para o "mesmo destino" --a base aliada. A PF investiga o objetivo do suposto mensalinho pago por Arruda a aliados.

O despacho, ao qual a Folha Online teve acesso, afirma que Barbosa, usou escuta ambiental para flagrar conversas de Arruda e de outros integrantes do governo.

Com base nas gravações feitas por Barbosa, a PF realizou hoje uma série de mandados de busca e apreensão na residência do governador e de seus aliados --no total de nove pessoas que estariam envolvidas nas irregularidades. O despacho também autorizou buscas nas seguintes empresas que prestam serviços ao GDF: Infoeducacional, Vertax, Adler e Linknet.

Essas empresas, segundo o despacho do STJ, seriam responsáveis por levantar os R$ 600 mil que Arruda supostamente teria mandado oferecer à base aliada. As empresas repassariam o dinheiro ao GDF, que o encaminharia à base governista.

"É importante saber se estas empresas têm em seus arquivos ou em suas dependências documentos, anotações e registros contábeis paralelos relacionados com a apuração", diz o despacho do ministro.

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