Segundo o inquérito do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que investiga um suposto repasse ilegal de dinheiro à base aliada do governo do Distrito Federal, existem vídeos feitos em ocasiões em que o governador José Roberto Arruda (DEM) e outros membros do governo recebem ou entregam quantias em espécie.

O inquérito menciona que houve problemas no equipamento de gravação, o que levou a perda de parte da ação dos investigados. "O arquivo de vídeo relativo à captação ambiental não compreende o registro de toda a situação, em razão de provável superaquecimento seguido de resfriamento, que pode ter causado pane técnica no equipamento”, informa o documento.

Ainda assim, segundo o MPF (Ministério Público Federal), os vídeos mostram diversos momentos em que Durval Barbosa, secretário de Relações Institucionais do DF exonerado na última sexta-feira, dia 27, entrega dinheiro a deputados a mando de Arruda ou ao próprio governador.

O início

A operação Caixa de Pandora começou no dia 24 de setembro, depois que a PF teve acesso a indícios - documentos e gravações, inclusive em vídeo - de um esquema de arrecadação e distribuição de propinas que operaria no governo do Distrito Federal, e envolveria o governador e secretários.

As investigações foram reforçadas pela delação do ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que aceitou que fossem instalados em suas roupas equipamentos de escuta. De acordo com o informe do STJ, ele participará do programa de proteção de testemunhas da Polícia Federal.

Exonerado

Logo após o escândalo, o governador José Roberto Arruda determinou a exoneração de Durval Barbosa. Além disso, Arruda determinou o afastamento do cargo, até a conclusão das investigações, do secretário de Educação, José Luiz Valente; do chefe da Casa Civil do Governo do Distrito Federal (GDF), José Geraldo Maciel; do chefe de gabinete da governadoria, Fábio Simão; e do assessor de imprensa Omézio Pontes, que são alvos da investigação da Polícia Federal.