Lula diz que vai apresentar segundo PAC pensando nas Olimpíadas

26/11/2009 07:14 - Política
Por Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (25) que, com a escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 2016, o país tem a obrigação de garantir políticas públicas em comunidades carentes. Para garantir que essas obras tenham recursos previstos no Orçamento da União, Lula afirmou que vai apresentar um segundo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - para 2011 e 2015.


“Agora muito mais com as Olimpíadas, nós temos mais obrigação. Todo PAC a gente não pensava em Olimpíadas. Nós agora vamos apresentar um segundo PAC 2011 e 2015. Por que nós vamos apresentar agora, se eu não vou estar mais governando em 2011? É porque é necessário começar a comprometer dinheiro no Orçamento da União para que quem vier depois não tenha pretexto para não fazer”, afirmou Lula, durante discurso na Convenção Mobilidade Sustentável de Renovação Urbana, realizada em um hotel na Zona Sul do Rio.

O presidente citou as obras do PAC em comunidades do Rio, como o Complexo do Alemão, no subúrbio da cidade, e reclamou que essas iniciativas costumam ser classificadas como “marqueteiras”.

“Viadutos, às vezes até mesmo menos importantes destinadas a desafogar o trânsito de bairros mais ricos, ganham luzes e tratamento de obra de arte na imprensa. Quando o beneficiado, todavia, é a comunidade pobre, não falta quem acuse de marqueteira a obra pública que vai ampliar a mobilidade urbana de milhares e milhares de famílias nesse país”, afirmou.

 

Crítica ao estado mínimo

Em seu discurso, Lula criticou ainda a adoção da política de um estado mínimo durante as décadas de 80 e 90, com a transferência de obrigações do poder público para a iniciativa privada.

“O sufoco que o nosso continente sofreu durante toda a década de 80 e a década de 90, em que os estados adotaram como definição filosófica, e eu diria ideológica, de ser um estado mínimo, em que a iniciativa privada iria resolver todos os problemas pertinentes à sociedade, levou a que em cidades inteiras neste país e em outros países fossem colocados asfaltos sem que se colocasse uma manilha para fazer a coleta de esgoto”.

Placas para \'puxar o saco\'

O presidente criticou ainda a postura de administradores públicos que, segundo ele, preferiam erguer pontes e viadutos a investir em saneamento básico. A falta de investimentos, segundo o presidente, fará com que governos tenham que gastar mais para reparar a infra-estrutura de estados e municípios.

“O que era importante nesse país era fazer pontes e viadutos, porque ali você poderia imprimir numa placa o nome do pai, o nome da mãe, o nome de um parente, ou o nome de uma autoridade que você queria puxar o saco”.

Pobres sustentaram país na crise, diz Lula

O presidente afirmou ainda que foi a capacidade de consumo dos pobres que sustentou o país no auge da crise econômica:

“É só pegar um estado do Norte e do Nordeste, que a gente vai descobrir que no mês de outubro, a classe D e E do Norte e do Nordeste consumiram 5% a mais do que a classe A e B da região sudeste”.

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