Para quem está com saudade de ver Glória Maria na TV, uma boa notícia: está chegando a hora de ela voltar ao trabalho. Os dois anos sabáticos que pediu à Globo chegam ao fim no dia 1º de janeiro, mas seu destino ainda não está traçado. No que depende da jornalista, ela não volta ao "Fantástico", mas aguarda, sem ansiedade, uma decisão da emissora: "Apresentei o programa por dez anos. Eu não aguentava mais aquela rotina de trabalho. Negociei durante um ano para conseguir sair, eles não queriam me tirar!", conta. E é claro que agora, com as duas filhas que adotou, Maria, de 1 ano e 2 meses, e Laura, de 10 meses, é que ela não vai querer voltar a ter seus domingos comprometidos.

Está com saudade de voltar ao trabalho?

Falo do fundo da minha alma, não estou com saudade alguma. Esses dois anos voaram.

Mas não sente falta da rotina de jornalista?

Não dá para ter saudade, as minhas filhas ocupam o meu tempo intensamente. Não estou ansiosa para trabalhar.

E o que você vai fazer agora? Volta ao "Fantástico" ou terá um programa só seu?

(risos) O que está combinado é que volto a trabalhar no dia 1º de janeiro. Tenho tido reuniões na emissora, mas não posso falar nada. Eu vou fazer o que a TV Globo mandar.

Quando deixará Salvador e voltará para o Rio?

Estou esperando as obras do meu apartamento acabarem. Era um loft de uma mulher independente e agora eu sou mãe. Tive que quebrar tudo para fazer uma casa para duas crianças. Volto para o Rio definitivamente em dezembro.

Para o Natal?

Quero passar meu primeiro Natal com elas em nossa casa. No réveillon vamos para algum lugar bem tranquilo como uma fazenda em Punta Del Este ou para um outro lugar em Santa Catarina.

Você é uma mãe que coloca a mão na massa?

Eu faço tudo! As babás vão dormir às 20h30m porque precisam de energia durante o dia e quem dá mamadeira, troca fralda, limpa cocô e que acorda com elas sou eu!

É difícil ser mãe?

É só amar e ter energia. A maternidade não tem lado negativo. Tem mãe que diz que depois que o filho nasceu nunca mais dormiu. Eu durmo até o momento que elas estão dormindo. Quando elas dizem ’ai’, eu acordo também.

Mas a sua situação financeira ajuda. Nem toda mãe pode pagar uma babá que durma em casa, por exemplo.

Babá minha nunca levantou à noite! Mãe é para fazer isso, quero aproveitar cada minuto da vida dessas crianças. Ao adotar, eu decidi dedicar um amor incondicional a elas.

Maria já a chamou de mamãe? Como foi?

Eu estava dando banho nela e o celular tocou. Saí um minuto para tirar o telefone de perto e, nesse momento, ela começou a falar "mama mama’". Eu quase morri! E agora ela só me chama de "minha mama".

Você é neurótica nos cuidados com as crianças?

Neurótica não é o termo, mas eu fico com o pé atrás, eu não pisco. A experiência de jornalista me dá uma vantagem sobre as outras mulheres, já fiz tanta reportagem sobre cuidados que devemos ter com as crianças... Aplico com elas tudo que aprendi nas reportagens.

Já passou algum susto?

Uma vez Maria tomou um remédio errado e achei que ela estava envenenada. Foi uma coisa horrorosa, fomos de madrugada para o hospital. Não deu em nada, mas foi um dos piores momentos da minha vida.

Sentiu-se culpada?

Não, eu estava dando o remédio certo e ela trocou os potes de lugar. A minha única preocupação era livrá-la de qualquer tipo de problema.

Acha que a ausência paterna fará falta na educação delas?

Elas não têm isso agora, mas quem garante que mais para frente não vão ter? Além disso, existe a presença masculina dos meus amigos. Mais para frente pretendo ter um acompanhamento de um psicólogo, mas agora elas só precisam de cuidado, amor e atenção.

Você está namorando?

Tudo foi jogado para escanteio com a chegada delas.

Você pretende contar para as garotas que são adotadas?

Lógico, vou prepará-las para tudo na vida e nunca vou mentir. Eu não podia amar mais essas meninas se elas tivessem saído de mim.