Em gravações de TV, Dilma explora feitos do governo nos estados
Candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-lo na Presidência da República, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, fez dezenas de gravações que serão usadas em inserções e nos programas em rede regional do PT. Foi uma verdadeira maratona. Elas vão ser veiculadas até o fim do ano e em cada uma delas a ministra fala das realizações do governo Lula em cada estado. Todo o trabalho foi coordenado por João Santana, marqueteiro que cuidou da campanha de Lula nas eleições de 2006. Segundo o colunista Ilimar Franco, as pesquisas qualitativas, com grupos de eleitores, aprovaram o desempenho da ministra na telinha.
Nesta sexta-feira, em entrevista a rádios na Bahia, Lula reafirmou que quer Dilma como candidata do PT à Presidência. Segundo ele, a ministra tem uma "perspectiva enorme de vencer".
- É importante todo mundo saber que quero a Dilma como candidata. Estou trabalhando para isso, porque trabalho com a Dilma há oito anos e sei da competência gerencial e política dela. Ela iria apenas colocar o estilo dela no governo e fazer as coisas novas que não conseguimos fazer - afirmou o presidente.
Lula acredita na vitória de sua candidata e já ensaia, segundo o colunista Jorge Bastos Moreno, o discurso avassalador. Durante um voo entre Brasília e Natal, Lula contou a um grupo seleto de ministros e parlamentares.
- Vocês acham que eu fiz um bom governo? Está fraco! Quero ouvir mais forte! Vocês acham que eu fiz um bom governo? Pois então saibam que a Dilma, pela sua experiência e competência de ter me ajudado a governar este país, vai fazer um governo muito, mas muito melhor do que o meu!
Para Lula, a ministra vence até no duelo de simpatia
O presidente disse ainda na sua visita a Bahia que se a simpatia for importante para ganhar as eleições, a ministra não sai perdendo.
- Tem adversário dela que é muito menos simpático do que ela, então, se for por simpatia, ela já está eleita - declarou após afirmar que muitos alegam que Dilma não tem a simpatia e a desenvoltura necessárias para enfrentar uma campanha eleitoral.
Lula também avaliou o potencial que ele tem de transferir votos para os candidatos que apoia. Para ele, é mais difícil transferir votos para cargos como os de vereador e prefeito, por se tratar de políticos que estão mais próximos das pessoas em seus bairros e cidades. Já no caso de presidente da República, Lula avalia que seu apoio teria mais peso.
- Acho que o governo tem possibilidade de repassar muito voto, claro que tudo isso é relativo, por que vai depender muito da performance da nossa candidata, do desempenho dela durante a campanha, nos debates - disse.
Ministra vem tentando costurar alianças nos últimos meses
Enquanto a oposição ainda se divide entre as pré-candidaturas do governador de São Paulo, José Serra, e do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, ambos do PSDB, a ministra e o presidente Lula vêm tentando costurar alianças com os partidos da base para fortalecer a candidatura petista e ampliar o seu tempo de TV. ( Leia no Blog do Noblat: Palanque de Dilma em Pernambuco sofre abalo )
A principal aliança foi pré-acordada em outubro com o PMDB em um jantar no Palácio do Alvorada. Pelo acordo, o PMDB indicará o candidato a candidato a vice - o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), é o mais cotado - e ainda terá direito de participar da coordenação de campanha e de elaborar o programa de governo. Pelo acordo, os dois partidos terão de discutir juntos divergências regionais que possam atrapalhar a aliança.
O acordo, porém, terá que fazer com que o PT abra mão de algumas candidaturas nos estados como a de Lindberg Farias no Rio de Janeiro e a de Zeca do PT no Mato Grosso do Sul. ( No Blog do Noblat: Requião admite candidatura à sucessão de Lula )
As muitas divergências, no entanto, podem fazer com que apesar do pré-acordo PT e PMDB tenham palanques separados em alguns estados, como já admitiu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha .
Além do PMDB, Dilma já conversou com o PR e se reuniu com a cúpula do PDT, quando defendeu a candidatura única da base . A ministra também esteve com o PP e recebeu o apoio do PCdoB .
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