“Alagoas, juntamente com Rio Grande do Norte e Espírito Santo, são os três Estados onde a Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope¬cuária (Embra¬pa) não tem instalado um de seus Centros. Referência no mundo, esses Centros abrigam uma centena de pesquisadores e técnicos. Diante dessa lacu¬na, nociva ao desenvolvimento do nosso campo, me enga¬jei ao projeto de ver instalada em Maceió uma dessas unidades especia¬lizadas, a Embrapa-Alagoas”. A afirmação do deputado Francisco Tenório (PMN/AL) foi feita nesta terça-feira, 17, após reunião com o diretor-executivo da Embrapa, Geraldo Eugênio.

Além da pauta da criação da Embrapa-Alagoas, a agenda da reunião incluiu ainda a elaboração de projetos de interesse dos alagoanos. Uma via¬gem do diretor da Embrapa e equipe técnica à Alagoas, acompanhado pelo deputado Tenó¬rio, está sendo programada e deve¬rá ocorrer ainda em novembro. Com uma avaliação in loco da Direção da Embrapa, a intenção é acelerar as análises de campo e, rapidamente, decidir pela instalação do Centro na capital alagoana.

No encontro desta semana, foram traçadas metas para dar início aos três primeiros projetos que deverão receber dinheiro de emendas rubricadas pelo deputado: fomento à produção de peixes como a tilápia em açude, incentivo ao plantio do inhame e amplia¬ção das área de cultivo da laranja. Esses projetos já têm tecnologia domi¬nada pela Embrapa e deverão beneficiar a Zona da Mata alagoana. Como um bônus em cada um desses projetos, também está sendo negociada a inclusão do Projeto Minibiblioteca, que dissemina informa¬ções tecnológicas geradas pela Embrapa e orientações para a produção agropecuária e de alimentos de qualidade. Dezenas de escolas podem ser contempladas com esse rico acervo.

De acordo com o deputado Francisco Tenório, todos os esforços serão direcionados para a aprovação de emendas que contemplem as áreas eleitas. “Vou manter contato com o governador de Alagoas, Teôtonio Vilela Filho (PSDB), com o senador Renan Calheiros (PMDB/AL) e com o secretário de Agricultura, Jorge Dantas, para avaliarmos as estratégias a serem adotadas”, garantiu Tenório. Ele recebeu a garantia do diretor da Embrapa de que os recursos serão usados da forma mas efetiva possível. “Tanto para benefício do povo alagoano, quanto da Embrapa e do deputado Tenório, que tanto esforço tem dispendido nessa causa, a fim de ver Alagoas entre os grandes produtores de alimentos”, disse Eugênio.

Colocando a Embrapa à disposição do deputado Francisco Tenório e do povo de Alagoas, Geraldo Eugênio assinalou que não é o caso de prometer o que não se tem condições de cumprir, mas, de trabalhar projetos factíveis para beneficiar os agricultores familiares em primeiro lugar e as microrregiões em seguida. “Alagoas não tem um Centro de Pesquisa, mas nós podemos traba¬lhar juntos para viabilizar esse sonho”, destacou ele, projetando que Alagoas pode ter, na agricultura, uma fonte de riqueza sem prece¬dentes. Segundo Eugênio, “a política da Diretoria é trabalhar para instalar esses três Centros nos Estados que não têm”.

Eugênio define como uma possibilidade “verdadeiramente sem igual” poder estudar e desenvolver projetos como o da produção de peixe, inhame e laranja. “A Embrapa tem todas as condições de garantir o uso profícuo dos recursos alocados para esse tipo de trabalho, com dividendos para as comunidades locais. Faz parte da nossa ação diária”, argumentou.

O diretor-executivo da Embrapa mostrou as três cidades-base de trabalho da Empresa “nas boas e úmidas terras” de Alagoas: Porto Real, Batalha e Rio Largo. “A partir daí, nós podemos ampliar nossa ação até obtermos a chancela de um Centro devidamente constituído e produtivo”, projeta. Para uma mais efetiva decisão de se criar um Centro da Embrapa, ele sinaliza que o Estado de Alagoas “também tem que se mover”, com órgãos afins, como a Emater, “funcionando e demandando projetos e estudos”.

Ao defender seu projeto de ter um Centro da Embrapa no Estado, o deputado Tenório observou que, diferentemente da produção de cana-de-açucar, “que tem seu ponto positivo no aspecto econômico e os negativos na questão ambiental e social”, os investimentos, hoje, em projetos que bene¬ficiam produtores rurais e suas famílias “devem ser incentivados”.

Minibibliotecas: educação para melhorar produção

O Projeto Minibibliotecas da Embrapa compreende a elaboração e distribuição de produtos de informação em diferentes mídias, contendo informações tecnológicas geradas pela Embrapa e orientações para a produção agropecuária e de alimentos de qualidade, respeitando a realidade das comunidades rurais nas diversas regiões brasileiras.

Cada minibiblioteca é composta por 108 títulos de publicações impressas, 40 títulos de programas de rádio ‘Prosa Rural’ e 37 títulos de vídeos do programa ‘Dia de Campo na TV’, editados pela Embrapa Informação Tecnológica.

Entre os conteúdos abordados no acervo, destacam-se temas como preservação e educação ambiental, cidadania, cooperativismo, cultivo de hortas e quintais, criação de pequenos e grandes animais, produção de alimentos de qualidade, manejo do solo e da água, ou como iniciar uma pequena agroindústria de alimentos, entre outros.