Lula diz que combate à fome depende da ação coletiva dos governos

16/11/2009 08:46 - Política
Por Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (16), na abertura da Cúpula Mundial de Segurança Alimentar, em Roma, que “o combate à fome continua praticamente à margem da ação coletiva dos governos”. Ele pediu um maior envolvimento de toda a comunidade internacional com o tema. “É como se a fome fosse invisível. Muitos parecem ter perdido a capacidade de se indignar com um sofrimento tão longe de sua realidade e experiência de vida”, completou.

Para o presidente, com menos da metade dos recursos gastos pelos países ricos para socorrer seus sistemas econômicos diante da crise era possível erradicar a fome no mundo. “Frente à ameaça de um colapso financeiro internacional, causado pela especulação irresponsável e pela omissão dos estados na regulação e na fiscalização do sistema, os líderes mundiais não hesitaram em gastar centenas e centenas de bilhões de dólares para salvar os bancos falidos”, afirmou. “Não teremos êxito no combate à fome se não mudarmos radicalmente os padrões de cooperação internacional”, defendeu.

Lula lembrou parte da sua história, comparando-a com a de milhões de outros brasileiros “que deixaram sua região natal para escapar do flagelo da fome”, e citou o desenvolvimento de programas do governo, como Bolsa Família, Luz para Todos, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que estão conseguindo reduzir o número de pessoas subnutridas no país.

“A experiência brasileira e de outros países mostra que o enfrentamento do problema da fome exige, antes de mais nada, vontade e determinações políticas. Essas iniciativas permitiram ao Brasil retirar 20,4 milhões de pessoas da pobreza e reduzir em 62% a desnutrição infantil”, informou. Para o presidente, o mais importante são as soluções de longo prazo, que são capazes de prevenir calamidades.

“A economia estava organizada para atender apenas 60% dos brasileiros, deixando o restante entregue à própria sorte. Milhões de seres humanos eram visto como estorvo”, afirmou o presidente. Lula disse que historicamente os brasileiros foram excluídos da sociedade por um modelo de crescimento “que reproduzia a desigualdade”.

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