No mais conhecido cartão-postal de Aracaju, a Orla da Atalaia, um problema antigo chateia os moradores da região e conta como ponto negativo para o incremento do turismo. Na manhã de ontem, antes das 10 horas, a equipe de reportagem do JORNAL DA CIDADE flagrou inúmeras mulheres se prostituindo e entre elas uma menor de 18 anos. A menina chegou a levantar o biquíni e mostrar os seios quando o carro do jornal passou pela esquina da avenida Santos Dumont com a rua Pastor Martin Luther King.

“A gente fica prejudicada com essas menores aqui”, disse uma prostituta de 21 anos que preferiu não se identificar. Ela confessou que a prostituição ocorre a qualquer hora do dia ou da noite. “Aqui tem cliente toda hora. Mas a gente tira um tempinho para descansar né. Eu não gosto muito de ficar aqui porque minha família mora perto prefiro viajar”, acrescentou a prostituta. Bastou o carro do JORNAL DA CIDADE dobrar a esquina, que um Fiesta parou e abordou a garota que mostrou os seios e a outra adolescente que estava com ela.

Quem mora na região confessa que não suporta mais o problema da prostituição e também do uso de drogas. “É uma falta de vergonha. Eu tinha até fotos no celular de pessoas praticando sexo aqui na minha rua, mas depois apaguei. Pelo dia, todas essas ruas viram um motel e os carros que param aí para fazer programa com essas garotas são carros bons, de luxo”, disse Jorge Lima, que mora na rua Poeta José Sales de Campos.

Além da prostituição, os moradores sofrem com os usuários de drogas. “Ali no fundo do Sesc e também ao lado ficam usando crack direto. A gente passa e vê o pessoal acendendo a praga”, revelou Jorge Lima. Ele disse que sempre liga para a polícia quando presencia as cenas de prostituição ou venda de droga. “Às vezes a viatura aparece uma hora depois ou nem chega”, reclamou o morador.

Providências

A equipe de reportagem do JORNAL DA CIDADE comunicou a presença de menores se prostituindo à coordenadora do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), a delegada Georlize Teles. Ela mandou uma equipe até o local, mas as garotas já tinham saído. Georlize acompanha o problema há muito tempo e disse que constantes blitz realizadas no ano passado resultaram na diminuição da prostituição infantil na Orla da Atalaia.

O Núcleo de Apoio à Infância e Adolescência (NAIA) do Ministério Público Estadual também já promoveu diversas reuniões sobre o assunto, inclusive a pedido de moradores da Atalaia, e existem procedimentos em andamento. A maior preocupação de quem compõe a rede de proteção a crianças e adolescentes é como afastar as garotas da prostituição e onde abrigá-las.