odo mundo já passou pela situação, após um belo dia de sol, de ficar com a pele ardendo, vermelha e desidratada. É realmente difícil resistir aos apelos de uma tarde ensolarada, principalmente na praia ou na piscina. Mas para o dia de folga não virar um problema é preciso cuidar da pele e saber quais atitudes tomar após exagerar no sol sem proteger direito o corpo.

Quando a pele fica vermelha e inchada é por que ocorreu uma reação inflamatória aguda, resultado da exposição à radiação solar. Existem diversos níveis de queimaduras. Em algumas situações, a exposição em excesso ao sol pode levar até mesmo a uma queimadura de segundo grau, que transforma o belo dia de lazer em noite na emergência do hospital.

Em casos de queimaduras leves, a recomendação médica é beber bastante líquido, passar pasta d\'água gelada no corpo e utilizar, três vezes ao dia, algum hidratante hipoalergênico, com ceramidas e gorduras que restauram a função de barreira da pele.

– Muitos pacientes que eu atendo utilizam também a aspirina, uma sabedoria popular que dá certo. O uso de aspirina inibe a síntese de uma substância (prostaglandina), que leva à vasodilatação, diminuindo a vermelhidão, além de funcionar como um analgésico, aliviando a dor da queimadura. Mas o uso deste medicamento deve ser feito apenas com acompanhamento médico – adverte a dermatologista Aline Vieira.

Já em situações mais graves de queimaduras, a pele apresenta bolhas e vermelhidão excessiva, e o paciente tem sintomas como febre, calafrios, taquicardia, delírio, prostração e até mesmo choque. As vítimas devem procurar um médico o mais rápido possível, para receber o tratamento indicado.

As fórmulas caseiras de bronzeador são perigosas. A mistura de limão, figo e outras substâncias fazem a pele ficar queimada e não bronzeada. A cor da “saúde”, que muitos brasileiros buscam, acaba se transformando em uma mancha da doença.

A dermatologista Aline Vieira lembra que não são todas as pessoas que conseguem ter uma pele bronzeada.

– Há uma variedade de tonalidades de pele, com comportamentos diferentes, de acordo com a quantidade de melanina produzida. Há uma classificação que divide a pele em seis tipos de acordo com a sensibilidade ao sol. O tipo 1, por exemplo, queima fácil e nunca se bronzeia. São aquelas pessoas de pele fina e clara, olhos e cabelos claros. Já o tipo 6 nunca queima e bronzeia intensamente. É a pele dos negros, que contém muito pigmento, o que lhes confere uma proteção natural ao sol. Mas, apesar de mais resistente, as pessoas de pele negra não devem deixar de se proteger – avisa Aline.

Com a pele bem clara, a atriz Adriana Birolli toma bastante cuidado ao se expor ao sol diariamente. Adriana, que interpreta a personagem Isabel na novela “Viver a Vida”, lembra que o uso do filtro solar é necessário em qualquer época do ano.

– Não saio de caso sem filtro solar. Nessa época do ano, com a chegada da primavera, eu aumento o fator de proteção para 50. Também tomo outros cuidados: lavo meu rosto duas vezes ao dia com um sabonete especial para o rosto e faço esfoliação uma vez por semana – afirma a atriz.

A médica Daniela Alvarenga, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, faz parte do coro de profissionais que pedem cuidado com o sol.

– O raio ultravioleta está presente em qualquer época do ano, apesar de um pouco mais intenso no verão. Por isso, os cuidados devem ser mantidos o ano inteiro. A pele agradece – diz Daniela.

Para obter uma pele bronzeada, é preciso se expor ao sol gradativamente e sempre com cuidados. Filtros solares, chapéus, camisetas e barracas de sol são alternativas para aproveitar a praia sem se prejudicar. Quem fizer questão do corpo bronzeado tem até o verão para se expor ao sol com proteção, evitando as desagradáveis queimaduras.