Muitas empresas de Maceió já utilizam programas para monitorar conversas no MSN (Windows Live Messenger) com o objetivo de garantir a produtividade dos funcionários, quando não bloqueiam completamente essas ferramentas de comunicação pela web. Entre os mais conhecidos estão o keylogger, Scar free, os MSN SpyMaster, Track Monitor e Spybox.

 

Alguns pais também passaram a controlar o uso do MSN em suas casas, para saber com quem seus filhos estão mantendo contato pela internet, como forma de prevenir a ação de pedófilos. Mas, especialistas alertam que além de “espionar” os filhos, os pais devem conversar com eles sobre os riscos escondidos na Rede Mundial de computadores.

 

As empresas estão respaldadas pela lei, mas a invasão da privacidade do usuário é o grande dilema, uma vez que o monitoramento ou restrição de determinados conteúdos deve ser informado, com o objetivo de evitar constrangimentos e o acesso a conversas pessoas, que podem causar transtornos. Em alguns casos, se o funcionário desobedecer certas regras pode ser até demitido.

 

Segundo o técnico de informática e programador, Billi Cabral esses programas de monitoramento têm sido instalados em muitas empresas da capital, registrando as conversas noescritas e em áudio. “O nome das empresas que instalaram é mantido sob sigilo, porque elas querem saber se os funcionários estão sendo produtivos”, informou.

 

“Se a pessoa usar o Scaipe a conversa fica gravada no formato MP3. Mas, os programas são caros, por isso costumo desenvolver aplicativos de apoio para os que já existem. Se as pessoas contestarem, acredito que isso seja considerado como invasão de privacidade, pois senhas de Orkut, MSN e cartões de crédito podem ser descobertas”, explicou Cabral.

 

O fotógrafo Marco Antônio resolveu instalar um desses programas assim que suas duas filhas, de 9 e 14 anos, começaram a usar o MSN, durante um período de adaptação. “Fiz isso depois que soube que minha filha mais nova estava conversando com um adulto pela internet. Eu quis saber com quais pessoas elas conversavam, mas agora que já têm um grupo de amigos da escola o programa foi desinstalado”, contou.

 

O advogado Fernando Marciel explicou que a prática nas empresas é contestável, já que em algumas situações pode expor dados de terceiros sem autorização. “A legalidade é discutível. O monitoramento com o objetivo de verificar a produtividade pode ser feito, mas ter acesso a informações pessoas é ilegal. Dependendo do caso, a pessoa deve procurar os órgãos de defesa do consumidor, a justiça e até as autoridades policiais”, destacou.

 

A multinacional Vale, por exemplo tem messenger corporativo, através do qual os funcionários se comunicam com colegas de outros estados ou países e proíbe programas como o MSN. Porém, empresas como TAM e Serasa preferem investir na orientação, já que eles lidam com dados e informações sigilosas sobre os consumidores. Ambas elaboraram cartilhas online sobre o assunto, incentivando a segurança preventiva.

 

Esses softwares podem capturar da máquina onde foram instalados, conversas e imagens dos usuários, de modo totalmente invisível e seguro. Alguns geram relatórios de tudo que é feito, como data, hora e o tempo que a pessoa permaneceu on-line, sendo salvos em forma de logs. O acesso é permitido somente ao administrador do programa, que também poderá ver todos os endereços de e-mail dos usuários e também os endereços de e-mail das pessoas com quem eles conversaram.