Estados Unidos e Rússia podem se unir numa das aventuras mais esperadas da exploração espacial: o envio de uma missão tripulada à Marte. A proposta foi feita nesta quarta-feira pela Nasa (agência espacial americana) à Rússia. A ideia é aproveitar a experiência acumulada dos dois países na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Os EUA têm planos de enviar missões tripuladas à Lua até 2020. O que serviria como um balão de ensaio para uma aventura espacial mais ousada.
– Um voo pilotado a Marte deve estar a cargo de uma tripulação internacional, utilizando as conquistas científicas alcançadas no projeto da ISS – declarou o representante da Nasa na Rússia, Mark Bowman, citado pela agência oficial RIA Novosti.
Europa
Bowman afirmou que a possível expedição conjunta seria dirigida pela Nasa e pela agência espacial russa, Roscosmos, e contaria, além disso, com uma participação mais ativa da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) e de outros países que colaboraram no projeto multilateral da ISS, segundo informações da agência de notícias Efe.
– Tenho a convicção de que a tripulação deve ser formada por representantes de muitos países – disse Bowman, que ressalvou que uma viagem a Marte, que a Nasa não acredita ser possível antes de 2035, requer esforços de vários países para ter sucesso.
Até agora, a Rússia planejava realizar por sua conta voos a Marte, com o objetivo de enviar naves automáticas em 2015 e tripuladas vários anos mais tarde, mas a crise mundial parece ter adiado os projetos.
No entanto, diretores da Roscosmos admitem ultimamente que um país não pode enfrentar sozinho o ambicioso projeto de um voo interplanetário, que requer experiência, tecnologia e financiamento de muitas nações.
A Rússia, que possui grande experiência de voos tripulados de longa duração, já realiza junto com a Agência Espacial Europeia simulações de viagens a Marte para testar a compatibilidade psicológica e a tolerância dos expedicionários em condições de isolamento tão longo. A Nasa já aprovou seu programa de exploração, que prevê completar em 2015 os voos de suas naves rumo à ISS, lançar a nova nave tripulada Orion, no mesmo ano, e efetuar, em 2020, outra viagem à Lua, com participação de outros países e organismos.









