Simon reage a pedido de saída e diz que só expulsão o tira do PMDB

02/08/2009 17:45 - Política
Por teresa
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) reagiu neste domingo (2) à nota divulgada pela direção nacional do PMDB que “autoriza” os parlamentares que criticam a legenda a deixar o partido. Em constante atrito com a cúpula da sigla, o senador gaúcho disse que não vai sair do PMDB. A nota não cita o nome dos dissidentes que estão “autorizados” a sair, mas Simon entende ter sido um dos alvos do texto.

“Há tempos eles (direção) querem a minha saída. Eles gostariam muito que eu saísse. Não saio porque o partido conserva toda uma história nas suas bases. Vou ficar defendendo a memória do velho MDB (Movimento Democrático Brasileiro, que combateu a ditadura e deu origem ao PMDB)”, disse o senador, por telefone, ao G1.

Simon afirma que a única possibilidade de deixar o partido seria por meio de um processo de expulsão. “O que eles podem fazer é pedir a minha expulsão, mas aí eu quero ver um debate nacional para expulsar o Pedro Simon”.

As declarações de Simon dizem respeito à nota divulgada neste domingo pela direção do partido. No texto, o presidente licenciado do partido, Michel Temer (SP), e a presidente em exercício, Íris de Araújo (GO), “autorizam” os dissidentes a deixar a agremiação sem o risco de perder o mandato. Eles afirmam ainda que o partido ficaria mais forte sem os dissidentes.  
O texto destaca o tamanho do PMDB e os votos recebidos nas eleições para prefeito em 2008, 18,5 milhões, e governador em 2006, 16,8 milhões. A direção afirma que as divergências são normais até em agremiações de pequeno porte e empresas e dá o recado a quem estiver descontente no partido.

“O PMDB acata com humildade o descontentamento de alguns poucos integrantes que perderam espaço político e apostaram na fama efêmera oriunda de acusações vaias. E faz isso porque acredita piamente na democracia. A estes, o recado: podem deixar a legenda o quanto antes sem risco algum de perder o mandato. Ganharão eles, porque deixarão de pertencer ao partido do qual falam tão mal, e ganhará o PMDB, por tornar-se ainda mais coeso e musculoso”, diz o texto.

A nota não cita nomes dos dissidentes que são "autorizados" a deixar a legenda. Além das críticas de Simon, em fevereiro, o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) também fez duras críticas ao partido dizendo que boa parte do PMDB "quer mesmo é corrupção".

Simon promete voltar nesta segunda-feira (3) a pedir em plenário a saída do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do comando da Casa. O senador gaúcho vai apelar para que o colega deixe o cargo antes da reunião do Conselho de Ética, marcada para quarta-feira (5). “Será um apelo dramático para que o presidente renuncie antes da reunião do Conselho de Ética”, diz Simon.

O senador gaúcho já pediu a renúncia de Sarney na sessão 14 de julho. "Chegamos ao limite do mínimo da responsabilidade que nós podemos ter. Eu digo com a maior tristeza, com a maior mágoa. Nessa altura, não adianta o presidente Sarney se licenciar. Ele tem que renunciar à presidência do Senado. Ele tem que fazer o que os seus antecessores fizeram. Ele deve renunciar à presidência", defendeu Simon.

O colegiado tem 11 pedidos de investigação contra Sarney. São seis denúncias e cinco representações por quebra de decoro que devem ser analisadas pelo presidente do conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ). O senador carioca é o mesmo que chamou a opinião pública de "volúvel", no dia 16 de julho, e disse "não existir independência total na política".

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