Para viabilizar a contratação de Marta por apenas três meses, o Santos elaborou
uma estratégia conhecida no futebol masculino, mas inédita no
feminino - pelo menos no Brasil. Assim como o Corinthians fez
para trazer Ronaldo, o Peixe fechou parcerias para bancar os
salários da jogadora. Em troca, ele cederá sua imagem para ser
explorada pelo clube e pelos parceiros.
O Peixe prepara até uma linha de produtos
licenciados voltados para os públicos feminino e infantil, todos
tendo Marta e as Sereias da Vila como tema. As lojas oficiais do
Santos na internet já estão aceitando pedidos de camisas 10 com
o nome da maior jogadora do mundo.
- Com essas ações, o custo da contratação da Marta
vai desaparecer. Por isso digo que a contratação de Marta não é
cara. É barata, pois temos apoiadores e patrocinadores que estão
envolvidos nesse projeto - explica Modesto Roma, supervisor do
futebol feminino do Santos.
O dirigente santista tem uma opinião diferente
daqueles que defendem apoio financeiro de entidades oficiais,
como a Confederação Brasileira de Futebol, aos clubes que mantêm
times femininos. Modesto Roma explica que os grandes clubes
podem ter um bom departamento de futebol feminino desde que haja
competições oficiais. Com isso, argumenta, cria-se um ciclo:
competições bem organizadas despertam interesse da mídia e,
consequentemente, de parceiros.
- Os clubes não precisam de esmola, de dinheiro,
mas de competições fortes e visibilidade. Com visibilidade, os
investidores aparecem - conclui, citando como exemplos a Taça
Libertadores Feminina, que é organizada oficialmente pela
Conmebol, com chancela da Fifa, e a Copa do Brasil Feminina, que
faz parte do calendário oficial da CBF.

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