O estacionamento do Mineirinho, ginásio poliesportivo vizinho ao estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, serviu ontem como local de isolamento para torcedores do Estudiantes, rival do Cruzeiro na final da Taça Libertadores.
Menos por questão de segurança, e mais por razões de ordem sanitária. A Argentina é o segundo país com o maior número de mortes registradas em decorrência da gripe A (H1N1). Mais de 3.000 casos foram confirmados no país vizinho, com 137 mortes até ontem.
O quadro avançado da doença no país vizinho virou motivo de alerta em Belo Horizonte desde a confirmação da final entre Cruzeiro e Estudiantes. Uma equipe de 60 policiais militares foi treinada e, ontem, equipada com máscaras cirúrgicas e luvas, acompanhou de perto os torcedores.
A missão era verificar se havia algum caso sintomático da gripe. Nenhum caso foi constatado até o fim da tarde.
"[O torcedor com sintomas] será levado, mesmo que não queira. Se necessário, com uso da força policial", afirmou o major Mauro Lúcio Alves, coordenador da operação.
Segundo o major Alves, 60 ônibus, com 2.400 torcedores, foram fretados pela torcida argentina. Até as 18h45, contudo, apenas oito ônibus, com cerca de 320 torcedores, haviam chegado ao local.
No estacionamento do ginásio foram instaladas tendas de alimentação e banheiros químicos para os argentinos. O local é aberto e, para sentar, a única opção era o chão.
A ideia inicial da PM era confiná-los no interior do ginásio, mas foi descartada porque a seleção brasileira masculina de vôlei jogará no local no fim de semana pela Liga Mundial.
Desde a noite de terça-feira, cinco voos fretados pelos argentinos chegaram a BH. Nesse caso, houve orientação das autoridades municipais de saúde à rede hoteleira da cidade para que comunicasse quaisquer casos sintomáticos.