A muito custo o Santa Cruz arrancou um empate por 2x2 diante do Central no sábado (11), no Arruda depois de estar perdendo por 2x0. O tricolor cometeu muitos erros no passe final e seu treinador, Sérgio China, deixou os lados do campo descobertos, caminho por onde o adversário criou suas chances. Os dois times somam quatro pontos no grupo A4 da Série D do Brasileirão.
Como era de se esperar, o Santa iniciou a partida pressionando o Central para abrir logo o placar. E a Patativa até contribuiu para isso ao errar passes em demasia no meio-de-campo. Mesmo com posse de bola bem superior ao adversário os jogadores tricolores não conseguiram traduzir essa superioridade em chance de gol.
Tanto que, nos primeiros 15 minutos, os corais só conseguiram levar perigo nas bolas paradas mas sem que o goleiro Davi fosse obrigado a trabalhar. Aos 16, o Central deu um susto ao aproveitar um contra-ataque. Alex Xavier apareceu para abafar o cruzamento em cima da hora.
Com o tempo passando e sem gol, os corais começaram a dar demonstrações de ansiedade acima do normal. Com isso, os erros de passes e precipitações em finalizar ficaram mais evidentes como um chute de Parral completamente torto aos 25 minutos. A essa altura, o Central já evoluíra na partida e ganhava um pouco mais de espaço para trabalhar seu jogo, embora ainda sem perigo.
O perigo terminou ficando para o time que mostrou mais vontade de vencer o jogo, o Santa Cruz. Gobatto recebeu de Alexandre aos 36 minutos. De fora da área, mandou uma bomba que acertou a trave direita. O Central também teve sua grande chance aos 48. Bibi ganhou a dividida com Leandro Camilo e ficou cara a cara com Gustavo. Mas calculou mal e chutou para fora.
Para o segundo tempo, os dois times voltaram com alterações. O Central com Laércio no lugar de Bibi e o Santa com Neto Maranhão no lugar de Gobatto. O time de Caruaru apostou numa marcação um pouco mais adiantada, o que obrigou o Santa a tentar as jogadas mais pelas laterais. Numa delas, aos cinco, Juninho recebeu de Parral e chutou para Davi espalmar a escanteio.
Depois desse lance, o tricolor repetiu a mesma dose do primeiro tempo: dominou as ações, teve bem mais posse de bola mas tropeçou nos seus próprios erros. Os meias se movimentavam, os laterais apareciam no ataque, mas o último passe, justamente aquele que não pode ter o mínimo de erro, não saía a contento. Tanto que a melhor maneira de finalizar encontrada foram os chutes de longa e média distâncias.
Para se ter uma ideia, o atacante Reinaldo conseguiu apenas uma cabeçada em cima da zaga centralina, aos 11 minutos. Aos 18, Juninho chutou cruzado e ninguém alcançou para finalizar. Aquela velha e batida máxima "Quem não faz, leva" soprou sua maldição aos 27. Num contra-ataque, Baiano cruzou e Guego antecipou-se à zaga tricolor para empurrar de cabeça para as redes.
O gol desmantelou o Santa Cruz, que também teve a contribuição das alterações do técnico Sérgio China, que tirou os laterais e ficou sem alternativa para fugir da marcação forte no meio. As chances do Santa só poderiam surgir em bolas alçadas ou jogadas individuais.
Mas o Central havia encontrado o caminho para as redes corais, as laterais que estavam sem dono. Baiano fugiu pela direita e cruzou para Dinda cabecear de cima para baixo e fazer 2x0. Na bola parada, o time da casa diminuiu e manteve a chama acesa. Aos 41, Alexandre bateu bem uma falta e a desvantagem ficou em um gol. No último esforço, aos 47 minutos e meio, Juninho aproveitou bate-rebate após cobrança de falta e deixou tudo igual.
Ficha do jogo:
Santa Cruz: Gustavo; Parral (Gilberto), Leandro Camilo, Alex Xavier e Marquinhos (Rossini); Anderson, Alexandre Oliveira, Marcos Mendes e Leandro Gobatto (Neto Maranhão); Juninho e Reinaldo. Técnico: Sérgio China.
Central: Davi; Baiano, Sidney, Fernando Belém e Édson Leite (Rafael); Rodolfo Potiguar, Vagner Rosa, Cosme e Guego, Bibi (Laércio) e Wilton Pantera (Dinda). Técnico: Adelmo Soares.
Local: Arruda. Árbitro: Emerson Batista. Assistentes: Albert Júnior e Alcides Lira. Gols: Guego, aos 27; Dinda, aos 38; Alexandre, aos 41; e Juninho, aos 47 do segundo tempo. Cartões amarelos: Marcos Mendes, Alex Xavier, Sidney, Davi e Édson Leite. Expulsões: Vágner Rosa e Rodolfo Potiguar. Público: 45.007. Renda: R$ 184.810.