A partida diante dos EUA, hoje, às 15h30, vale para a seleção brasileira mais uma Copa das Confederações, a segunda competição mais importante organizada pela Fifa.

Mas um triunfo também vai mimetizar, com o time de Dunga, a trajetória vivida por seu antecessor, que acabou em um naufrágio na Copa de 2006.

O título na África do Sul dará ares de favorito ao Brasil no Mundial do ano que vem. Foi com esse prestígio que o time de Carlos Alberto Parreira saiu da Copa das Confederações de 2005 após conquistar a taça, jogando bom futebol.

Seria mais uma coincidência unindo as histórias das duas equipes, histórias essas já tão repletas de pontos em comum.

Um exemplo: Parreira e Dunga foram campeões da Copa América sem contar com os principais astros de cada época. Outro: depois de 14 rodadas, o ponto atual das eliminatórias sul-americanas, a seleção tinha no qualificatório para 2006 os mesmos 27 pontos que tem agora --a chance de sacramentar sua classificação na 16ª rodada, contra o Chile, como na edição passada, é grande.

E mais: os pontos altos das gestões dos dois treinadores aconteceram diante da Argentina, a maior rival da seleção.

Até taticamente há semelhanças. Na Copa das Confederações de 2005, o Brasil brilhou com o quarteto ofensivo que tinha Kaká, Ronaldinho, Robinho e Adriano. Agora, em 2009, Ramires, Kaká, Robinho e Luis Fabiano brilham. Na Alemanha, Cicinho empolgava na lateral direita e Gilberto era só burocrático na esquerda. Na África do Sul, Maicon e Daniel Alves voam pela direita enquanto André Santos e Kléber não empolgam do outro lado.

Nas duas Copas das Confederações, o time vivia um clima de lua de mel com os técnicos, em perfeita harmonia e sem queixas, mesmo com a maratona de jogos e as férias dos jogadores "europeus" abreviadas bruscamente na maioria dos casos.

"A gente não espera ter esse rótulo [de melhor do mundo]. Que outras seleções o tenham. Eu tento passar aos jogadores o que aconteceu em 2006. Erros e posturas que não podem mais ser cometidos e a importância de jogar na seleção", afirmou o treinador brasileiro.

Ele diz ter convicção de que seu time não irá repetir o clima de superfavoritismo da seleção que acabou na decepção de 2006, quando, após jogos de pífio desempenho, o time acabou eliminado pela França de Zidane e cia. nas quartas de final.

"O Brasil tem que entrar para vencer sempre, e temos que saber conviver com isso. O que me preocupa é quando algumas pessoas começam a torcer para o Brasil", disse Dunga, que tem a chance de isolar a seleção como a maior vencedora da Copa das Confederações. Brasileiros e franceses têm dois títulos do certame. Os EUA nunca ganharam a competição, assim como qualquer outro título para homens com a chancela da Fifa.

Depois do jogo de hoje, a seleção só volta a se reunir em agosto, para amistoso contra a Estônia. Em setembro, pelas eliminatórias, o time desafia a crise da Argentina sob a batuta de Maradona, em Buenos Aires.

BRASIL
Júlio César; Maicon, Lúcio, Luisão e André Santos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramires e Kaká; Robinho e Luis Fabiano.
Técnico: Dunga

EUA
Howard; Spector, Onyewu, Demerit e Bornstein; Clark, Bocanegra, Feilhaber e Dempsey; Donovan e Altidore.
Técnico: Bob Bradley

Local: estádio Ellis Park, em Johannesburgo
Horário: 15h30
Juiz: Martin Hansson (SUE)