Um jogo entre Brasil e Itália não é simplesmente uma partida de futebol. Nem mesmo um amistoso pode ser desprezado. Quando as duas seleções se encontram a história também entra em campo. Neste domingo, 21, às 15h30 (de Brasília), no Estádio Loftus Versfeld, em Pretória, não será diferente. Os italianos têm de vencer. Para os brasileiros, até uma derrota por um gol de diferença garante vaga nas semifinais da Copa das Confederações.
A questão matemática é simples. O Brasil tem seis pontos, com duas vitórias, sete gols a favor, três contra - saldo de quatro. A Itália tem três pontos, três gols marcados e dois sofridos, saldo de um. O Egito, terceiro interessado nesta conversa, também tem três pontos, quatro gols a favor e quatro contra. Os egípcios enfrentam os praticamente eliminados Estados Unidos.
Com um empate, o Brasil garante o primeiro lugar do Grupo B. Derrota por até um gol de diferença dá a classificação, mas não a certeza de ser o campeão da chave. Os italianos têm de vencer e torcer para que o Egito não passe fácil pela seleção norte-americana.
Todas essas contas ficam em segundo plano quando se olha para os dois rivais. Não há uma garantia de que um é melhor do que o outro, apesar do bom momento dos brasileiros. Do lado de lá, há tensão e incertezas. O clima não é bom. Para se ter ideia do estrago que o Egito provocou nos italianos basta ver a manchete de sexta-feira do jornal "La Gazzetta dello Sport", a bíblia do futebol deles: "A múmia somos nós".
Força total – Dunga não tem nada com isso. O seu time vive um grande momento, com vitórias consecutivas nas Eliminatórias de 2010 e Copa das Confederações. Apesar do desgaste físico dos principais jogadores o treinador terá todos os titulares à disposição. Voltam o zagueiro Juan e o meia Elano, que ficaram de fora da fácil vitória contra os Estados Unidos na quinta.
Mais que o time na mão, Dunga tem absoluta certeza de que encontrou o caminho certo para conduzir a Seleção ao topo. Sua estratégia passa pela marcação forte no seu campo e a pressão no território do inimigo. E a maior aposta, os letais contra-ataques capitaneados por Kaká.
Quanto ao bom momento da sua equipe e o estado nevrálgico da Itália, Dunga prefere a cautela. "Não se pode falar em favoritismo em um jogo como este", disse o comandante.
O treinador tem razão. O tempo está aí para provar. Na Copa do Mundo de 1982, o Brasil era o grande favorito. Perdeu por 3 a 2, derrota que assombrou o mundo e tem eco até hoje. Em 1970, no México, a Seleção de Pelé e companhia era barbada. Venceu por 4 a 1 e levou a Taça Jules Rimet.
Neste domingo, dia 21 de junho, estão sendo comemorados 39 anos da conquista do tri mundial do Brasil em 70 e será escrito mais um capítulo desta história de confrontos entre as seleções.
BRASIL X ITÁLIA
Brasil - Júlio César; Maicon, Juan (Miranda), Lúcio e Kléber (André Santos); Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano e Kaká; Luís Fabiano e Robinho. Técnico: Dunga.
Itália - Buffon; Zambrotta, Cannavarro, Chiellini e Grosso; Gattuso , De Rossi, Pirlo e Rossi; Gilardino e Iaquinta. Técnico: Marcelo Lippi.
Local: Estádio Loftus Versfeld, às 15h30.
Árbitro: Armando Archundia (MEX).