O técnico Luiz Felipe Scolari acertou, na segunda-feira, um contrato de 18 meses com o Bunyodkor, do Uzbequistão. Depois de deixar o Chelsea, o treinador brasileiro assumirá o time do compatriota Rivaldo e que já foi comandado por Zico, hoje no CSKA Moscou.

"A opção foi feita em razão de uma série de detalhes, que é muito difícil de explicar através de uma entrevista, mas principalmente, aquilo que me foi oferecido de projeto. A idéia do presidente da equipe, a forma como fui recebido pelas pessoas nas duas vezes que estive no Uzbequistão. A forma como o clube está enfocando uma nova realidade futebolística no Uzbequistão. E por me oferecer então, uma idéia de um projeto que se assimila a alguns projetos aos quais eu já trabalhei e que são muito interessantes para mim" justificou Scolari.

O presidente do clube tem intenção de tornar conhecido o futebol do Uzbequistão. "O objetivo é levar alguns nomes no futuro, com grande projeção, embora o maior nome tenha sido dado a contratação do Rivaldo, onde é considerado um ídolo, como no Brasil. Agora, com a minha ida como técnico, algumas coisas poderão ser acrescentadas, no sentido de outros nomes, e é mais ou menos esta idéia do projeto do clube, e do país", explicou o pentacampeão mundial Felipão.

A idéia é fazer parecido com o que foi feito na Arábia Saudita e no Oriente Médio na década de 80, quando levou o técnico Telê Santana. Estruturar o futebol levando grandes nomes e oferecendo uma proposta financeira vantajosa.

"É um conjunto, com a idéia principal partindo do clube, da população e dos clubes envolvidos, em um futuro melhor também para seleção. Tem toda uma série de situações que envolvem tudo isso e uma delas claro que a financeira, mas em minha opinião essa é uma das que devem ser consideradas por último, já que todas as outras são mais prioritárias que o envolvimento financeiro", analisou Scolari que vai disputar além da Liga Nacional e Copa Asiática de Clubes. O Bunyodkor está nas quartas-de-final. O adversário ainda não está definido.

Luiz Felipe Scolari deixa o futebol europeu depois de seis anos e meio. Trabalhou de 2003 à 2008 na seleção de Portugal. Disputou duas Eurocopas e o Mundial da Alemanha quando foi semifinalista. Ele não descarta a possibilidade de voltar a trabalhar na Europa no futuro.

"Não, encerrado não. Eu sou um profissional e trabalho onde me dão a oportunidade de crescer, e onde possa dar um pouco do meu conhecimento, que é o caso do Bunyodkor. E não sei o que será depois de um ano e meio de contrato, que tenho lá no Uzbequistão. Então, passei 13 anos fora do Brasil e como já está em uma fase final da minha carreira, eu imagino trabalhar mais quatro ou cinco anos. Eu tenha a grande oportunidade, quem sabe, de voltar em 2010 ou 2011, a trabalhar em uma equipe brasileira e então já pensar em uma situação de permanência no Brasil", finalizou Scolari.