O piloto brasileiro Felipe Massa, da Ferrari, se mostrou cansado das disputas entre a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e as equipes da F-1 e pediu para que se discuta menos política e mais esporte na categoria.

 

Nesta terça-feira, a Justiça francesa decidirá sobre uma apelação da Ferrari contra a FIA. A equipe tenta vetar o regulamento de 2010 por discordar do teto orçamentário opcional de 40 milhões de libras (cerca de R$ 129 milhões) incluído nas regras.

 

A Ferrari e as escuderias reclamam da criação de dois regulamentos na F-1, um aplicado às equipes que adotarem o teto orçamentário e outro às que o rejeitarem. A escuderia italiana, assim como a Renault, prometeu deixar a F-1 se o regulamento não for alterado.

 

"Não espero nada em particular da sentença do tribunal de Paris sobre os regulamentos para a próxima temporada de F-1. Espero que se fale, no futuro, menos de política e mais de esporte, porque até agora, nesta temporada, aconteceu o contrário", criticou Massa.

 

Em uma entrevista durante a inauguração de uma loja da Ferrari na cidade italiana de Florença, o brasileiro também falou que as "muitas questões políticas e não esportivas" que concentraram as atenções nas últimas semanas prejudicaram o desempenho da escuderia na atual temporada.

 

Massa, no entanto, demonstrou confiança em uma melhor atuação na próxima etapa do Mundial de F-1, neste final de semana, em Mônaco. "Os difusores farão a diferença também em Mônaco. Agora, a Ferrari também os têm, desde o GP da Espanha, e estamos mais competitivos", comentou.

 

"Viemos de um início de campeonato que não esperávamos. Crescemos muito, principalmente na última corrida, em Barcelona, e acho que podemos melhorar daqui até o final", opinou o piloto.

 

Massa marcou seus primeiros pontos no ano justamente na corrida catalã, com um sexto lugar. O brasileiro estava em quarto até as últimas voltas, quando sofreu com o risco de pane seca e teve de ceder duas posições, para Sebastian Vettel (Red Bull) e Fernando Alonso (Renault).

 

Apesar de a FIA ter realizado uma reunião com as escuderias na última sexta-feira, que contou com a presença da FOM (Gerência da F-1, que cuida dos direitos comerciais da categoria), as partes não chegaram a um acordo, e Max Mosley descartou a possibilidade de vetar o limite orçamentário.

 

Segundo o que foi definido pela FIA, o time que se submeter ao teto receberá vantagens técnicas, como utilizar asas móveis e contar com um motor sem limite de giros, além de poder testar seus carros durante todo o ano e usar um Kers (sistema de recuperação de energia cinética) duas vezes mais potente.