Ao final do Grande Prêmio da Espanha, as imagens da fatídica prova na Áustria de 2002, na qual teve de ceder a vitória a Michael Schumacher a poucos metros da linha de chegada, voltaram à cabeça de Rubens Barrichello. Presente naquele episódio como diretor-técnico da Ferrari, Ross Brawn tratou de minimizar a nova polêmica, garantindo que o cenário da equipe italiana não se repetirá em Brackley em favor de Jenson Button. Irritado no domingo após perder uma corrida que parecia ganha por causa da grande largada realizada, Barrichello disse que cobrou explicações de Brawn imediatamente, chegando a ameaçar se despedir da Fórmula 1 caso Button tivesse sido privilegiado. O dirigente, entretanto, deu uma cutucada no brasileiro.

"Vimos na primeira curva que não há ordens de equipe", assegurou o antigo diretor-técnico da Ferrari, lembrando que Barrichello teve liberdade para ultrapassar o companheiro. "Se você olhar os tempos de volta, houve um período da corrida em que ele (Rubens) foi muito mais lento que o esperado. E foi isso que lhe custou a vitória, porque Jenson esteve mais rápido quando tinha mais combustível".

Homem-forte da Ferrari justamente na "marmelada" favorável a Schumacher na Áustria há quase sete anos, Brawn foi contundente quando questionado pela revista Autosport se o brasileiro será apenas o número dois também em Brackley.

"Não. Não há nenhuma prioridade sendo dada", respondeu, negando ainda que os esforços da equipe estejam voltados para Button em virtude da vantagem de 14 pontos que ele ostenta na ponta do Mundial de 2009.

Considerando ainda "natural" a decepção de Barrichello quanto à segunda colocação na Espanha, o dirigente revelou torcer para que o piloto não pense que esteja sendo prejudicado. "Espero que não. Mas a irritação é normal. Se alguém é batido e está feliz, não o quero. A insatisfação de Rubens é um sinal positivo. Eu amaria vê-lo vencendo uma corrida com seu pessoal porque seria ótimo para o time".