As portas estão abertas para Ronaldo, Adriano e Fred, os principais nomes do futebol brasileiro que retornaram, nesta temporada, a clubes nacionais. Segundo o técnico da Seleção, Dunga, todos estão sendo observados visando a futuras convocações. O trio fez parte da equipe que fracassou no Mundial de 2006, ao ser eliminado, nas quartas-de-final, pela França. Para Dunga, a volta de ídolos ao país mostra o crescimento do futebol brasileiro e dos campeonatos disputados no país.
– Felizmente está se dando o inverso. Vai dar mais alegria ao torcedor e vai ser mais fácil para o treinador observar – disse, referindo-se a seu trabalho de garimpagem de talentos para a Seleção.
Dunga participou, ontem,
Ele confirmou que está observando Ronaldo, mas mostrou pouca disposição em mudar a base da equipe num futuro próximo. Desde que voltou aos gramados, há dois meses, Ronaldo marcou 10 gols em 13 partidas pelo Corinthians e seu nome ganhou força para a Seleção.
– Depois de 2006, é a primeira vez que ele consegue fazer mais de 10 jogos seguidos, então a tendência é evoluir – declarou Dunga, que assistiu, no último domingo, à final do Campeonato Paulista entre o Corinthians, de Ronaldo, e o Santos. – Gols o Ronaldo nunca deixou de fazer. Cada jogador tem que dar sequência a seu trabalho, ele sabe do potencial dele. Tem um ano até chegar a Copa do Mundo para todo mundo trabalhar e ter uma oportunidade na Seleção.
Ronaldo, 32 anos, não joga pela Seleção desde a eliminação nas quartas-de-final da Copa-2006. Em fevereiro do ano passado, passou por uma cirurgia no joelho esquerdo quando atuava pelo Milan. Após quase um ano de recuperação, ele voltou a jogar bem e ajudou o Corinthians a ser campeão paulista invicto.
O Brasil enfrenta em junho o Uruguai, em Montevidéu, e o Paraguai, em Recife, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. O time está em segundo lugar na classificação, quatro pontos atrás do líder Paraguai.
– Todo jogador que está em atividade sonha estar na Seleção. Quanto à convocação, tem que esperar dia 21 (de maio) – disse Dunga.
O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, elogiou as atuações do maior artilheiro de Copas do Mundo e disse lamentar que ele não esteja fazendo gols pelo seu Flamengo, clube de coração do atacante e no qual ele treinou antes de acertar com o Corinthians.
– Eu já coloquei várias vezes que as portas da Seleção estão abertas a qualquer jogador que tecnicamente possa participar da Seleção. Certamente ele (Ronaldo) está passando por uma excelente fase e está sendo observado pela comissão técnica – afirmou o dirigente.
Dunga, que assumiu a Seleção após o Mundial da Alemanha, formou uma base para o time e disse que não pretende mudá-la.
– Você não vai poder começar todo o seu trabalho feito lá atrás só para satisfazer uma situação. Agora, é lógico que tem jogador que atua no Brasil que pode competir com os que estão fora – declarou.
Questionado se jogadores mais jovens, como Keirrison, do Palmeiras, e Neymar, do Santos, estariam prontos para disputar uma Copa do Mundo, o treinador disse que é preciso ter “cautela”.
– É difícil afirmar se um jogador está pronto para a Copa do Mundo. A gente entende a necessidade de se fazer um ídolo em dois, três dias, mas isso não é possível – disse Dunga. – Na Seleção não se tem 10, 15 jogos para ele (jovem) amadurecer. Muitas vezes (quando é convocado), joga 20 minutos, uma partida, e tem que estar preparado. Se não for bem, fica complicado.
Recuo
Depois de anunciar o fim da regra dos seis jogos para a transferência de jogadores numa mesma divisão nas Séries A e B, a CBF voltou atrás nesta sexta-feira. Com a nova regulamentação, o jogador que disputasse uma partida por um clube não poderia defender outro na mesma divisão.
Depois de muita pressão dos dirigentes, a entidade decidiu manter o procedimento utilizado nos últimos anos, em que um jogador pode fazer até seis jogos por um clube, que ainda assim estará em condições de se transferir para outro.