O Palmeiras fez o que queria no primeiro tempo e não sofreu gols. Willians entrou na segunda etapa e quase que a estratégia não dá certo. Mas Cleiton Xavier resolveu aos 41 minutos e o Verdão conseguiu, de forma heroica, a classificação ao vencer o Colo Colo por 1 a 0, na noite desta quarta-feira. Jogando no Monumental, os paulistas carimbaram a ida às oitavas-de-final da Taça Libertadores , mesmo com um jogador a menos e duas bolas na trave.

O Verdão terminou a competição com a segunda colocação no Grupo 1, com dez pontos. O Sport, que venceu a LDU por 3 a 2, ficou com a liderança.

No primeiro tempo, objetivo de não tomar gols é alcançado

Vanderlei Luxemburgo optou por um meio-campo povoado para apertar a marcação sobre o adversário. Escalou Wendel na lateral direita e o jovem Souza na cabeça-de-área. O objetivo era não sofrer gols no primeiro tempo e não deixar o adversário jogar. O Verdão conseguiu.

O visitante sufocou a saída de bola do Colo Colo. Pierre grudou em Torres, pelo menos até ele sair de campo machucado e ser substituído aos 15 por Caroca. Uma preocupação a menos para os paulistas.

E, apesar da forte marcação sobre os chilenos, o time do Palmeiras não deixava de criar. Keirrison era o único atacante em campo, mas Cleiton Xavier e Diego Souza não deixavam o camisa 9 sozinho e também ajudavam a incomodar a defesa adversária. Aos 13, Armero arrancou pela esquerda e cruzou rasteiro para Cleiton Xavier que escorregou, pegou mal na bola e chutou por cima do gol de Muñoz. 

Aos 23, o Palmeiras quase abriu o placar. Maurício Ramos deixou a bola de Wendel passar e Keirrison pegou na veia, mas carimbou o travessão. A torcida palmeirense não acreditou. Aos 29, Diego Souza aproveitou a bobeada da defesa e lançou o camisa 9, que mais uma vez dominou e fez tudo certo, mas acertou a trave direita de Muñoz.

Depois de duas carimbadas palmeirenses, a melhor chance do Colo Colo aconteceu aos 34 minutos: Lucas Barrios recebeu uma bola na entrada da área e chutou cruzado. Marcos só olhou a saída pela linha de fundo, com perigo. Aos 40, Carranza cobrou falta de fora da área e Figueroa chegou a cabecear, mas o camisa 12 ficou com a bola.

Keirrison ainda teve mais uma oportunidade nos minutos finais, ao receber uma bola de Wendel na área, mas faltou um pouco mais de domínio para o atacante, que concluiu mal. O Alviverde foi para o intervalo feliz por não ter sofrido gols, mas chateado por ter perdido boas oportunidades de fazer o seu.

Um a menos e frustração

Na segunda etapa Luxemburgo deixou claro que não podia mais esperar pelos gols e colocou Willians no lugar de Wendel. O atacante entrou para ajudar Keirrison a sufocar a defesa chilena e marcar, pois o empate classificava o dono da casa.

No entanto, foi o Colo Colo que fez uma pressão no Verdão logo no início do segundo tempo, beneficiado por erros de passe do Palmeiras. Em uma bola cruzada na área, Barrios dominou com a mão e o juiz viu. O lance não valeu nada.

Com o jogo mais aberto, Diego Souza concluiu, mas Muñoz fez a defesa. O troco do Colo Colo veio aos 13, com Barrios, que chutou forte para o gol. Pierre impediu que a bola entrasse, tirando de peito. O volante palmeirense, sentindo dores, precisou deixar o jogo.

Para piorar, em pouco mais de dois minutos, Marcão deixou o Palmeiras com um a menos. Ele recebeu um amarelo aos 16 e um vermelho aos 18, por se jogar no corpo do adversário. Desespero para os paulistas, que viam o anfitrião avançar.

Mas o ímpeto do Colo Colo foi diminuindo aos poucos. Aos 25, o Verdão voltou a frequentar a área chilena. Keirrison recebeu quase na linha de fundo e cruzou para Diego Souza que, diante do gol, tentou a bicicleta, mas não teve sucesso. O dono da casa, pensando no regulamento, tocava mais a bola e arriscava de vez em quando.

Diego Souza, que bateu a cabeça em uma disputa de bola, precisou deixar o campo, pois sentia náuseas. Ortigoza entrou carregando a última esperança do Palmeiras de buscar a classificação. E ele deixou a torcida empolgada aos 38, quando lançou Willians, que chutou forte. Mas Muñoz, em grande defesa, espalmou e impediu o gol.

Aos 40, Maurício Ramos também chegou perto de fazer, de cabeça, mas a bola passou por cima do gol. O desespero tomava conta dos palmeirenses. E o gol salvador, enfim, aconteceu. Aos 41, Cleiton Xavier, de fora da área, arriscou o chute forte, e acertou o ângulo de Muñoz, que nada conseguiu fazer.

Era a vez do Alviverde segurar o resultado, algo que o Colo Colo fez durante todo o segundo tempo. A torcida palmeirense no Monumental não parava de cantar. E terminou a partida rindo por último, com a vaga assegurada. Festa também no gramado!

Se o Fortaleza era visto como um Botafogo para o Flamengo, o resultado do “ensaio geral” pré-final do Carioca foi desanimador. O empate por 0 a 0 na primeira partida pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil não aconteceu por falta de vontade ou concentração. Os erros do Rubro-Negro na noite desta quarta-feira, em Volta Redonda, foram muito além disso. A correria desenfreada do meio-campo, a falta de mobilidade e qualidade dos homens de frente, e a inaptidão dos laterais para os cruzamentos tornaram a equipe previsível e presa fácil para o ferrolho cearense. Nem a tentativa de reativar o xodó Obina funcionou.

Sem jogar há sete jogos e carregando o peso de um jejum de 11 jogos, o baiano suplicou aos céus por um gol. Não deu certo. Até com o rosto ele finalizou. Em vão. No fim, saiu de campo aplaudido, mas sem o moral desejado para a decisão de domingo. Para piorar, o desespero dos torcedores com os atacantes chegou ao nível de clamarem pela chegada urgente de Adriano, que deve assinar com o clube nos próximos dias.

A partida de volta entre as equipes acontece na próxima quarta-feira, no Castelão. Quem vencer está classificado. Empate por 0 a 0 leva a decisão para os pênaltis e igualdade a partir de 1 a 1 garante os cariocas nas quartas.

Atacantes erram tudo e mais um pouco

Ao contrário do Flamengo, o Fortaleza pode se orgulhar da preparação para a tentativa de conquistar o tricampeonato estadual no próximo domingo contra o Ceará. O ferrolho armado pelo técnico Mirandinha foi eficaz.

O time carioca repetiu a fórmula dos últimos jogos no início do primeiro tempo. Domínio territorial, toque de bola e poucas chances de gol. A entrada de Obina não resolveu o problema da falta de referência no ataque.

Diante das dificuldades, o primeiro chute perigoso coube ao volante Willians, aos 16 minutos. Ele fez jogada individual dentro da área, e Douglas defendeu com o pé direito. Somente aos 29 o Rubro-Negro voltou a ameaçar. Kleberson cobrou falta de longe por cima do travessão.

Encolhido no campo defensivo, o Fortaleza soube bloquear as jogadas ofensivas de Juan e Léo Moura. Enquanto os erros de passe se acumulavam, o torcedor começou a perder a paciência. Ibson arriscou de fora da área aos 38 e errou o alvo. Um minuto depois, Obina recebeu de Erick Flores, mas a zaga conseguiu salvar dentro da pequena área.

Quando a torcida começou a gritar músicas ironizando a torcida do Botafogo, o time esquentou e teve a melhor chance. Aos 41, Ibson acertou o pé da trave esquerda. No rebote, Juan chutou para fora.

Aos 44, o Fortaleza quase surpreendeu. Guto recebeu nas costas de Léo Moura, invadiu a área e chutou forte para fora.

Segundo tempo começa, e nada muda

Logo no primeiro minuto da etapa final, Emerson cruzou da direita, o goleiro Douglas se enrolou, mas espalmou e evitou o gol. Obina tentou de bicicleta aos cinco, mas mandou para fora.

As chances começaram a se acumular. Welinton tabelou com Ibson, aos seis. O volante passou para Emerson, que entrou na área e bateu para fora. Sem fazer gol há 11 jogos, Obina teve outra chance aos 14, quando a bola sobrou no alto para ele dentro da pequena área. Contudo, o baiano, sem jeito, desviou com o rosto e facilitou a defesa de Douglas.

O inferno astral do centroavante teve continuidade aos 18. Dentro da área, ele deu um voleio. Quando a torcida comemorava, o goleiro Douglas saltou e fez a defesa sobre a linha. No lance seguinte, o camisa 18 foi substituído por Josiel e saiu de campo vaiado por uns e aplaudido por outros.

Em suas raras investidas em contra-ataque, o Fortaleza obrigou Bruno a defender um chute perigoso de Marcelo Nicácio, aos 24. Josiel e Emerson deram chutes fracos na sequência. Quando Ibson foi substituído por Everton mais vaias. Dessa vez, acompanhadas por um grito de burro para o técnico Cuca que, suspenso, assistiu ao jogo de uma cabine.

Zé Roberto conseguiu a façanha de, em menos de dez minutos em campo, ser vaiado a cada toque na bola. Fim de jogo, e tome vaias em Volta Redonda.