Um vexame. A primeira derrota de Maradona no comando da seleção
da Argentina entrou para a história do futebol do país. Os
hermanos foram a La Paz e saíram derrotados pelo placar de 6 a
1, o que iguala o maior revés da história do futebol argentino.
Na Copa de 1958, os hermanos perderam pelo mesmo placar para a
então Tchecoslováquia.
Curiosamente, dois "brasileiros" tiveram
participação importante no atropelamento boliviano: Marcelo
Moreno, que tem dupla nacionalidade e já defendeu seleções de
base do Brasil, abriu o placar, e Alex da Rosa, naturalizado
boliviano, marcou outro. Botero (três) e Torrico completaram o
marcador para a Bolívia, com Lucho González descontando.
Com o resultado, a Argentina pode perder a segunda
colocação na
tabela
de classificação
das
eliminatórias
sul-americanas para a Copa de 2010. Os hermanos se
mantiveram com 19 pontos e podem ser ultrapassados por Chile
(19) e Brasil (18), que jogam ainda nesta quarta-feira. A
Bolívia chegou a 12 pontos e tem remotas chances de conseguir
classificação ao Mundial.
Maradona arma ferrolho e se dá mal
Ao contrário do que fez no jogo do último sábado, quando goleou a Venezuela em casa (4 a 0), Maradona não escalou seu trio ofensivo. Agüero deu lugar ao volante Lucho González, e Messi e Tevez ficaram sozinhos no ataque.
Além de Lucho, a Argentina teve ainda dois outros volantes em campo: Mascherano e Gago. Máxi Rodríguez foi o principal responsável pela armação no setor de meio-de-campo.
A tão temida altitude de La Paz (3.600 metros) nem pode ser utilizada como desculpa completa para o fiasco argentino, uma vez que, no intervalo, os bolivianos já venciam por 3 a 1.
Empurrada por sua torcida, a Bolívia começou partindo para cima e abriu o placar logo aos 11 minutos. Marcelo Moreno recebeu na área, limpou a marcação e bateu rasteiro para fazer 1 a 0.
O goleiro boliviano Arias ainda deu uma colher de chá aos hermanos, quando engoliu um frangaço em chute de Lucho González. A bola, batida de longa distância, foi sem muita força, mas o goleiro aceitou.
Nada que abalasse os bolivianos. Botero, cobrando pênalti, fez 2 a 1 aos 33. Ainda antes do intervalo, Alex da Rosa, de cabeça, ampliou para os bolivianos.
Di María é expulso em sete minutos
No segundo tempo, o massacre continuou. Marcelo Moreno recebeu lançamento em posição duvidosa e avançou pela ponta direita. O ex-cruzeirense cruzou na cabeça de Botero, que não perdoou e fez 4 a 1.
Aos 18, Di María, que entrara na vaga de Máxi Rodríguez para dar mais movimentação ao setor ofensivo da Argentina, foi expulso por falta violenta. Foi a pá de cal nas esperanças dos hermanos.
Botero, outra vez, fez o quinto gol aos 21, tocando na saída do goleiro Carrizo. No fim, Torrico, com uma bomba de fora da área, selou o maior vexame da história do futebol argentino.