Idoso é assassinado quando entregava doações. É que nem todos são “Silas Malafaias”

18/01/2017 11:36 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar
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Eis mais uma cena infeliz e corriqueira no nosso país: bandidos armados atacam pessoas que buscam fazer o bem completamente, mas se encontram desprotegidas; estejam estas onde estiverem! Desta vez, um idoso de 67 anos de idade foi assassinado por um criminoso quando fazia doações em uma creche, na cidade de Nossa Senhora do Socorro, em Sergipe. Aqui a notícia!

De acordo com as informações da policia local, a vítima (sim, ainda existe diferença entre vítima e bandido!), retirava as doações do veículo, quando o assaltante se aproximou e anunciou o assalto.

Primeiro, o senhor foi alvejado na perna. Como as reações humanas são inesperadas diante de situações como estas, a vítima ainda foi atrás do criminoso. Já dentro do carro roubado, o bandido atirou no tórax do homem. Ele foi socorrido, mas faleceu. Quer apostar quanto que a ação do cidadão que foi vítima será usada para reforçar o discurso: “Também, ele reagiu!”. O cara é vítima de quem estava disposto a matar e matou. Fim de papo. Só existe um lado errado nessa história: O BANDIDO!

Como se observa, o Estatuto do Desarmamento não desarmou o criminoso e ainda lhe garantiu a fácil ação, já que no local não havia seguranças (o que custa caro e nem todos podem ter. Nem todos são o pastor Silas Malafaia!), nem qualquer pessoa que pudesse reagir à altura. O Estado, por sua vez, não consegue garantir a segurança de todos o tempo todo.

Logo, como o criminoso não cumpre lei alguma mesmo, arma-se como quer e ataca como bem entende, já que estamos como cordeirinhos entregues. Não é segredo que o bandido busca agir diante do menor risco possível de ser pego ou morrer, mesmo estando pronto para tudo.

Os mais velhos lembrarão que – em épocas passadas – quando viajavam, pediam para um vizinho ou um amigo acender as luzes de sua casa durante a noite para parecer que havia gente ali. O bandido – por não saber se lá dentro existiam pessoas armadas ou não – pensava duas, três ou mais vezes antes de agir. Em estabelecimentos comerciais, a mesma dúvida imperava: terão armas? O intento criminoso será fácil?

Não digo que isto acaba com a criminalidade, pois bandido é bandido! Estou dizendo que criam barreiras. Porém, o que temos hoje em dia é a certeza da inexistência de qualquer obstáculo. No caso das residências, por exemplo, tanto melhor se existirem pessoas em casa, pois o bandido as obrigará a abrir cofres, mostrar onde guardam bens preciosos (como jóias) etc. Uma realidade que não é muito debatida.

O fato é que desde o Estatuto do Desarmamento a criminalidade e as mortes por arma de fogo só aumentam e vivenciamos uma realidade pior que a anterior. Não importa – na discussão pública – que existam estudos que mostrem que o armamento civil não tem correlação com o aumento do número de homicídios (no Brasil, mais de 60 mil por ano), pois o que importa é uma “inteligência” baseada no que o escritor Theodore Dalrymple afirmou ser o “sentimentalismo tóxico”.

Este “sentimentalismo” é o responsável pela inversão da lógica mesmo diante dos dados expostos. E ainda com mentiras das mais falaciosas, como: o sujeito que tem arma em casa fica mais refém dos bandidos e pode ainda ter sua arma roubada, indo esta parar na mão dos criminosos.

Pois bem, quais estatísticas sérias comprovam que a maioria dos homicídios no Brasil se dá por armas legais que foram roubadas em assaltos a residências? Acaso as pessoas andam estocando fuzis em casa? Afinal, o que vemos é uma bandidagem cada vez mais armadas com armas mais potentes que sequer são permitidas ao cidadão, diante das regras rígidas brasileiras. Algumas sequer são usadas pela polícia no combate diário à violência.

O senhor idoso entra para as estatísticas. E o que é pior: tais dados ainda serão usados para se afirmar, como se faz ano a ano, que a culpa é das armas de fogo e não do bandido. Reforçará o discurso de que “armas matam”, quando estas são também instrumentos de defesa. Quantas não são as ações criminosas que são evitadas porque alguém com uma arma legalizada estava no local? Todavia, estas são escondidas do discurso dominante, prevalecendo apenas aquelas em que as vítimas possam justificar o discurso desarmamentista fazendo das tragédias um mote para as falácias.

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