Colega de trabalho matou Abinael por inveja profissional e dívida, concluiu PC

23/06/2016 11:35 - Polícia
Por Paulo Chancey Júnior e Vanessa Siqueira
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Atualizada às 12h11

O corpo encontrado ontem (22) em um canavial em Rio Largo é de Abinael Ramos Saldanha, que estava desaparecido. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública, que marcou uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (23) para dar detalhes do caso.

Papiloscopistas do Instituto de Identificação realizaram a identificação do corpo por meio das impressões digitais. Outro laudo do Instituto Médico Legal (IML) irá apontar a causa da morte. O exame apontou também que o jovem foi executado com um tiro na cabeça, o que caracteriza execução.

Os detalhes do trágico desfecho do desaparecimento de Abinael foram repassados pelo secretário de Segurança Pùblica, coronel Paulo Domingos Lima Rocha o diretor do Instituto Médico Legal, Fernando Marcelo, e o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira.

Segundo detalhou o secretário de Segurança Pública, Lima Júnior, as investigações realizadas pelo delegado Ronilson Medeiros e pela Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) apontaram que Abinael foi morto por inveja e por ter cobrado uma suposta dívida de R$ 12 mil que Ericksen tinha com ele.

Segundo as investigações, Ericksen teria orquestrado o crime e prometido pagar a Jalves Ferreira da Silva – que está preso – R$ 6 mil para executar o jovem.

A Polícia disse que Abinael foi morto na mesma noite em que desapareceu logo após deixar a noiva em casa no bairro da Santa Lúcia. A família, segundo a PC, não sabia da dívida existente entre ambos e nas diligências a polícia apurou que Abinael teria enviado por e-mail, sem querer, todos os contra-cheques dos funcionários, o que acabou criando um mal estar entre os funcionários, mas que resultou em um aumento salarial de Ericksen.

“Lamento o crime, a dor da família, mas a polícia tem de continuar o trabalho e fazer justiça para esse tipo de situação”, disse o secretário.

O delegado Ronilson Medeiros disse que a Ericksen possuía uma espécie de psicopatia por Abinael. "Ele tinha um veículo do mesmo modelo e se vestia igual a ele", contou.

Segundo o delegado que presidiu o inquérito, Jalves e Ericksen teriam esperado Abinael na rua da Escola Jaime de Altavilla, na Santa Lúcia e fingiram estar trocando o pneu do carro, quando a vítima passou pelo local, foi abordada e levada para o local onde foi encontrada morta.

A Polícia obteve imagens também de Ericksen sacando dinheiro em um caixa rápido, que seria para pagar a Jalves o valor pelo crime. Segundo a PC, ele já havia pago parte do combinado, restando apenas R$ 1.600,00.  

As investigações, segundo o delegado Ronilson Medeiros, ainda prosseguem, já que a Polícia Civil quer saber se houve participação de outras pessoas no crime. Ericksen e Jalves vão responder pelos crimes de homicídio qualificado, roubo - já que roubaram o celular de Abinael - e receptação. 

O diretor do IML, Fernando Marcelo, disse que o corpo chegou ao Instituto ontem a noite e que após os exames realizados foi confirmada por meio das impressões digitais se tratar de Abinael e que houve também a confirmação de que ele foi morto com um tiro na cabeça.

O delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, disse que o caso é robusto de provas contra os acusados e que “dificilmente a defesa conseguirá apontar outros caminhos do que a investigação concluiu”, completou.

Alguns familiares da vítima chegaram a afirmar que não tinham dúvidas de que o corpo encontrado era do jovem. Segundo a polícia informou, o corpo de Abinael foi localizado junto com o veículo Peugeot 208 que estava carbonizado. O corpo estava em estado avançado de decomposição.

O caso

Abinael Saldanha – que completou 25 anos ontem - foi visto pela última vez na última quarta-feira (15) às 21h30 quando deixou sua namorada em casa, após irem à igreja. De lá, ele seguiu em seu carro, um Peugeot 206 preto, de placa NMD – 1618.

Estão presos Jalves Ferreira Rocha da Silva e Alfredo Fragoso de Almeida Sobrinho, 41 e Ericksen Dowell. O primeiro confessou ter comprado o celular da vítima, por R$ 800, mas negou qualquer participação no desaparecimento.

Leia também: Defesa de acusados no desaparecimento de Abinael entra com pedido de revogação de prisão 

 

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