Radialista escapa de tiros por sorte. O Estado o deixou mais vítima do que ele já é!

23/05/2016 12:54 - Blog do Vilar
Por Lula Vilar

O caso envolvendo a apresentadora Ana Hickmann aponta para mais uma discussão no país: o armamento civil. Independente de o ataque a vítima ser por assalto, ser por conta de algum desequilibrado, atentado, enfim...é importante que se entenda a necessidade que o cidadão tem de ter o direito à defesa de sua vida, de sua propriedade e  de sua família. Dele saber e poder agir nestes casos.

Isto precisa ser discutido e estimulado. Mas no Brasil, só quem pode e deve nos proteger é o Estado. As estatísticas de mortes no país mostra bem o quanto isto é ineficiente.

Sobre o caso específico de Ana Hickmann o advogado, escritor e blogueiro do CadaMinuto, Bene Barbosa, muito bem tratou em seu blog.

Agora vejam, em um país em que mais de 50 mil pessoas morrem por ano (números de guerra em tempos de paz), o Estatuto do Desarmamento se mostra uma completa fraude. Ineficiente, ele apenas fez com que as vítimas ficassem desarmadas. É de uma ingenuidade surpreendente achar que uma lei vai coibir o bandido de ter armas quando a essência da criminalidade é justamente o desrespeito às leis.

Além disto, é de se entender que o acesso às armas não se faz de maneira indistinta e irresponsável, mas dentro de regramentos objetivos, que incluem desde o preparo cobrado do cidadão até o registro da arma. Leiam o projeto de lei do deputado federal Peninha e vejam isto lá.

Ora, respeita a isto quem quer ter a arma de maneira legal, submetendo-se – é óbvio dizer – à legislação. Qual bandido se submeteria à legislação? Nenhum.

Um cidadão ter este direito respeitado não significa dizer que ele vai agir com o papel de polícia. A polícia segue sendo polícia. Ele apenas terá seu direito à defesa potencializado, ao invés de cada vez mais negado, como ocorre no Brasil.

Não por acaso, apenas nos Estados totalitários as armas foram tiradas dos civis (falo dos não criminosos. Para os criminosos, cadeia). Nestes locais, como mostram estatísticas, cresceu a violência, o caos, a ousadia da bandidagem, além do poder interventor do Estado. Vejam o que ocorre na Venezuela, por exemplo.

No caso da ousadia da bandidagem, é muito simples: em geral, criminosos procuram agir diante das circunstâncias mais fáceis de êxito. Quanto mais dóceis e indefesas as vítimas, mais cruel vai ficando a ação criminosa. Bandidos pensariam duas, três, quatro ou cinco vezes (até mais), se vão invadir uma residência diante da incerteza dos moradores estarem armados ou não.

“Mais um cidadão armado pode cometer um crime”, dirão os “especialistas”. Surpresa para eles: pessoas armadas já cometem crimes independente de qualquer Estatuto, tanto que mortes por arma de fogo seguem acontecendo pelo Brasil afora de forma assustadora. Ou não?

Vejam este caso que foi relatar.

Na Paraíba, o radialista Williams Soares foi alvo de disparos de arma de fogo, no domingo, 22. O imóvel dele fica em João Pessoa. Bandidos efetuaram sete disparos. Foi danificado o automóvel do radialista e a fachada da casa do comunicador.

Ele estava em casa com sua família. Teve sorte. Não morreu. Os bandidos aproveitaram que o radialista tinha deixado a garagem aberta e entraram atirando. Ele conseguiu sair do carro rapidamente e escapou.

Na casa, estava ele, sua mãe de 70 anos e um filho de 18 anos de idade. Poderia ter sido uma tragédia. O radialista – em uma entrevista – disse o seguinte: “a gente não sabia o que fazer”.

Chamar a polícia? Como? Ligar para a PM debaixo de uma saraivada de balas? Não é por acaso que os policiais – salvo exceção – não podem fazer muito a não ser chegar ao local com o crime já consumado. As exceções se dão quando a ligação não parte da vítima, mas de alguma testemunha ocular, ou quando há uma viatura por perto. Podem pesquisar.

Se o radialista não sabia o que fazer, eu desconfio que sei: lutar pela derrubada do Estatuto do Desarmamento para que os muitos Williams não estejam reféns dos criminosos armados, que não respeitam qualquer lei; lutar para que existam critérios objetivos em relação ao porte de arma, lutar para que este assunto seja discutido com base em dados e não no pueril sentimento romântico de uma “sociedade livre de armas”, com todo mundo cantando de mãos dadas.

Vamos às estatísticas e aos estudos envolvendo o tema, como o de John Lott, que é o Preconceito Contra Armas. Afinal, quem tem grana e exposição midiática, não abre mão de segurança privada. Grande parte dos políticos também não abrem mão desta segurança privada. Mas nós, meros mortais, que não podemos contratar segurança privada, temos que abrir mão da legítima defesa.

Não quero armas sendo vendidas em qualquer lugar, não quero armas sendo distribuídas de forma indistinta, não quero o acesso simplório a elas, sem que tenham registros, por exemplo. Quem quer isto são os bandidos. Eles não querem apenas, eles já possuem. O Estatuto não serve para ele. Serve para as pessoas ficarem ainda mais vítimas daquilo que o Estado não consegue resolver. 

Estou no twitter: @lulavilar

Comentários

Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.

Carregando..